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Cultura

O espetáculo da guerra em “1917”. Nunca se viu nada assim

Há qualquer coisa de sufocante e de esfuziante no olhar de Sam Mendes sobre a I Guerra Mundial. Um filme tremendo

O mergulho de Sam Mendes no abismo da Grande Guerra 14-18 é um daqueles empreendimentos de cinema que deixam o espectador mesmerizado. Antes de qualquer recuo analítico, daqueles que fazem com que decidamos ‘gosto ou não gosto?’ ou, para aqueles que tenham deveres profissionais, ‘é, ou não é, um grande filme?’, o espectador está de tal maneira envolvido na torrente de “1917” que o melhor a fazer é deixar-se ir, desfrutar do movimento, como quem embarca numa montanha-russa e não pensa seja no que for. Entretenimento? Pode um filme empapado na lama e na brutalidade de uma guerra selvagem ser entretenimento? Por muito estranho que possa parecer, pode. Vejamos se consigo explicar como.

“1917” é a história de dois soldados, os cabos Schofield (George MacKay) e Blake (Dean-Charles Chapman), que são enviados pelo general Erinmore (Colin Firth), através de uma terra de ninguém recentemente sob ocupação alemã, para entregar uma carta ao coronel Mackenzie (Benedict Cumberbatch) que comanda um batalhão em vias de atacar as linhas germânicas em retirada. A carta ordena que o ataque seja cancelado, já que os serviços de informações britânicos verificaram que a aparente retirada alemã era uma cilada para atrair os soldados inimigos. Se a missiva não for entregue, 1600 combatentes terão morte certa, entre os quais um irmão de Blake, já que o batalhão de ataque encontrará linhas bem armadas e um poder de fogo imbatível. No caminho, Schofield e Blake encontrarão não só um cenário de devastação como o cinema quase nunca figurou, mas armadilhas deixadas pelos alemães, gente perdida, uma inquietação permanente — em cada colina, em cada ruína, em cada curva do caminho a ceifeira negra pode estar à espera. A jornada dura cerca de 24 horas, é narrada em duas — e num único plano-sequência.

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