Vindo de Montalegre, é preciso percorrer a estrada que a liga a Parada do Outeiro e termina à porta da taberna, outrora casa de agricultor e abrigo de animais. “Dizemos que a Taberna Ti'Ana da Eira é o local onde acaba a estrada e começa o paraíso”, afirma, com orgulho, Bruno Pereira, o proprietário. Depois do restaurante, só é possível seguir a estrada de terra batida de trator ou jipe. Para regressar, é à porta da taberna que tem de inverter o sentido da marcha.

Abriu o restaurante em 2016, em homenagem à avó materna, e regressou a casa com a família, definitivamente, no ano passado, depois de alguns anos emigrado. Até então, fazia milhares de km semanalmente, desde Bordéus, para assumir os comandos do restaurante. “Estava em França e tinha o sonho de voltar para a aldeia. Éramos totalmente amadores, mas fomos ganhando experiência”, recorda.

Hoje, da cozinha deste restaurante saem pratos típicos e de temporada, como a Posta de vitela ou o Cabrito no forno (€36) , disponível apenas ao fim de semana, no verão, e o Cozido barrosão (€30), todos preparados para duas pessoas, em panelas de ferro fundido, com enchidos caseiros, batatas e couves de produção própria, no inverno. “Há pessoas que fazem 150 km para o vir comer.” São, sobretudo, de fora. “De Braga, do Porto”, que exploram o parque, almoçam e regressam a casa.

Na sala da Taberna Ti'Ana da Eira, que integrou o guia “20 restaurantes que merecem o desvio” oferecido pelo Expresso, no âmbito dos 20 anos da marca Boa Cama Boa Mesa, há capacidade para sentar 55 comensais, mas a reserva é aconselhada. “Assim, chegam aqui, têm a mesinha posta e é só sentar e comer.” De preferência, na do canto, a mais apetecível, e de onde se tem a vista mais privilegiada.

Sobre o restaurante Taberna Ti'Ana da Eira (Rua Cabeça do Castro, 3, Parada do Outeiro. Tel. 935720842) escreve o Guia Boa Cama Boa Mesa 2023: “Na estrada que liga Montalegre a Parada do Outeiro há um local de paragem obrigatória. Chama-se Taberna Ti Ana da Eira, nasceu como homenagem de um neto a uma avó e pertence à rede de Tabernas do Alto Tâmega, onde as receitas tradicionais, os saberes de antigamente e os segredos de família se misturam para dar vida a pratos emblemáticos e sazonais, preparados com matéria-prima da região. O “Cozido barrosão”, feito em panelas de ferro fundido, a “Vitela grelhada”, o “Cabrito no forno” e a “Rabanada transmontana”, com mel do Barroso e vinho do Porto, a fechar, são apenas alguns dos que marcam a identidade deste espaço. A vista panorâmica sobre a albufeira da Paradela e o Parque Nacional da Peneda-Gerês, na sala envidraçada, complementa uma refeição singular. Como só abre três dias por semana e a procura é grande, a reserva é aconselhada, sob pena de não conseguir usufruir da experiência.”