20 Anos Guia Boa Cama Boa Mesa

Este restaurante na Aldeia do Xisto de Figueira é um verdadeiro “museu gastronómico"

Plangaio com couves a monte, Afogado da boda e Cabrito assado são apenas alguns dos pratos que prestam homenagem às tradições gastronómicas desta região marcada pelo xisto e pela montanha. Na aldeia de Figueira, no concelho de Proença-a-Nova, o restaurante Casa Ti'Augusta é um farol que justifica o desvio

Casa Ti'Augusta
danilopavone

Localizado no centro da pequena aldeia de Figueira, onde o xisto cobre a quase totalidade das casas, este é um restaurante que se anuncia, de forma orgulhosa, como “um museu gastronómico”. Quem o diz é Joana Pereira, 42 anos, natural de Espinho, que escolheu, já lá vão 11 anos, a terra do marido para se instalar. Com a vinda para esta aldeia, nos arredores de Proença-a-Nova, não só revitalizou a localidade, colocando-a no mapa da gastronomia, como reavivou tradições e costumes que “corriam o risco de se perder quando os mais antigos se fossem embora”.

Hoje, “somos um fator de desenvolvimento da aldeia e da região”, uma vez que “vendemos experiências, que, por acaso, chegam dentro de um prato”. Revitalizaram o forno comunitário de onde sai o pão quente todos os dias, disponibilizando-o a todos os habitantes da Aldeia do Xisto de Figueira, que o aproveitam para fazer as suas próprias refeições. Ao domingo, o forno não arrefece, com o cabrito a assar, razão mais do que suficiente para levar centenas a deslocarem-se pelo atribulado caminho até ao centro da aldeia.

Casa Ti'Augusta
Divulgacao

Querem todos, além de provar comida genuína, que traz à memória o tempo dos avós e da vida no campo, saber a história das receitas e a origem dos produtos que, garante Joana, “têm um sabor diferente daquele a que nas cidades estamos habituados. A carne sabe a carne, o tomate a tomate e as batatas são apanhadas aqui ao lado, nos campos, sem produtos ou tratamentos, completamente biológicas”. Mas, mesmo preservando a tradição, o restaurante arrisca na contemporaneidade, com apresentações inovadoras, como o plangaio torrado no forno, ou no naco de cabra em massa folhada.

Casa Ti'Augusta
Divulgacao

O expoente máximo desta evolução é o gelado de tigelada, feito depois da tradicional sobremesa ter passado horas a apurar no forno comunitário. Olhando para trás, Joana Pereira não se arrepende de ter deixado Lisboa, onde morava e trabalhava, para ir viver para Figueira. Lamenta apenas ter demorado tanto tempo a tomar a decisão, porque, garante, “há muito para fazer e para aproveitar o potencial desta região”. Neste contexto, a Casa Ti’Augusta também disponibiliza uma pequena unidade de Alojamento Local.

Casa Ti'Ausgusta
Divulgacao

Sobre o restaurante Casa Ti’Augusta (Figueira, Tel. 965099711), que funciona à sexta-feira, sábado e domingo, e nos restantes dias apenas com reserva prévia, escreve o Guia Boa Cama Boa Mesa 2023: “O forno comunitário é o palco principal do desfile de receituário local. O pão desperta as memórias, sobretudo quando quente, antes da prova desta herança gastronómica representada pelo “Maranho à Ti Augusta”, receita original do restaurante. As carnes de produção própria são aromatizadas com hortelã. Nos pratos principais, constam duas opções regionais de eleição: o “Plangaio com couves a monte” e o “Afogado da boda”, o guisado de cabra usualmente servido nas festas de casamento. Aos domingos conte com “Cabrito assado”. Preço médio: €25.

Casa Ti'Augusta
Divulgação

Acompanhe o Boa Cama Boa Mesa no Facebook, no Instagram e no Twitter!