Outrora uma taberna, propriedade do pai de Francisco Simões, Chico Elias abre portas a 6 de janeiro de 1963. A mulher, Maria do Céu Simões, que aprendeu a cozinhar no lar dos padrinhos, cedo fez dos petiscos desta casa pretexto para reunir, à mesa, quem gosta de bem comer. A crescente fama dos pequenos pratos assegura, na década de 1970, a passagem a restaurante.
Desses tempos idos, Maria do Céu Simões refere as “Petingas no forno” (a partir de €10) e a “Feijoada de caracóis” (€15), entradas inscritas na ementa do restaurante Chico Elias. Ambos resultam da criatividade da cozinheira de mão-cheia de então, que entregou, em mãos, a responsabilidade de bem cozinhar à filha, Isabel Simões. Já na sala é o filho, José Francisco Simões, dono de uma simpatia inexcedível, quem recebe os clientes e serve à mesa.
“Bacalhau com carne” (€19,50) é um dos pratos mais célebres naquela época. Hoje, esta receita, feita a partir de lombo de carne de porco, servido com batata frita, coberto por “uma espécie de molho Bechamel mais leve” e servido com salada, continua a ser servida sempre que solicitada.
“Cachola” (€19), “Pato com migas” (€19,50), em que a ave vai a assar no forno, com broa, nozes e pinhões, e é acompanhada por arroz, e “Coelho na abóbora” (€20) são outras criações de Maria do Céu Simões, que valeram a reputação do Chico Elias e, atualmente, a distinção com o prémio "Mérito 20 “Anos”, no Guia Boa Cama Boa Mesa 2023. A estas somam-se as “Couves à Dom Prior” (€19), prato conventual de Tomar sugerido por Manuel de Guimarães, historiador e amigo da família, bem como o tão falado “Cabrito no forno” (€20).
Para o final de cada refeição, ficam as “Fatias de Tomar” acompanhadas pelo café, que, no Chico Elias (Rua Conde de Tomar, 92-A, Tomar. Tel. 249311067), continua a ser feito na cafeteira como antigamente. Apesar de permanecer aberto de quinta-feira a terça, impera a reserva antecipada. José Francisco Simões dita os pratos disponíveis, sendo a escolha feita logo por telefone. Recorde-se que na lista dos primeiros 25 Garfos de Ouro atribuídos em 2003, constava o Chico Elias, conhecido como a catedral da cozinha tradicional portuguesa em forno a lenha.