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Explorar o Alentejo: nova rota pedestre e ciclável revela minas, cultura e paisagens da Faixa Piritosa Ibérica

Faixa Piritosa Ibérica ganha rota de 322 km entre concelhos do Alentejo e Setúbal para turismo e cultura

Muralhas
Arquivo Municipal de Serpa

Uma nova rede de percursos pedestres e cicláveis foi lançada para dar a conhecer o património histórico e natural da Faixa Piritosa Ibérica, uma das mais importantes províncias metalogenéticas do mundo que atravessa o Alentejo. A nova Rede de Percursos da Faixa Piritosa Ibérica, composta por seis "etapas", num total de 322 quilómetros, "atravessa" os concelhos alentejanos de Aljustrel, Castro Verde, Almodôvar, Mértola e Serpa, todos no distrito de Beja, e de Grândola e Santiago do Cacém, no de Setúbal.

"Não quisemos somente criar um percurso pedestre ou ciclável, mas algo em que as pessoas também descubram o povo" desta região, explicou à agência Lusa Isabel Benedito, presidente da agência de desenvolvimento local Esdime. Esta instituição, com sede em Messejana, no concelho de Aljustrel, foi a promotora da nova rota, em parceria com as associações Alentejo XXI, ADL, Terras do Baixo Guadiana e Rota do Guadiana, e a promoção da Entidade Regional de Turismo (ERT) do Alentejo e Ribatejo.

O projeto, desenvolvido pela empresa A2Z Outdoor Experts, representou um investimento na ordem dos 200 mil euros e teve financiamento através do Programa de Desenvolvimento Rural (PDR) 2020. Segundo Isabel Benedito, a nova rede de percursos teve como "inspiração" a Rota Vicentina, no Alentejo Litoral, tendo como ambição "valorizar e potenciar aquilo que é o valor desta riqueza patrimonial ligada à componente geomineira, mas também à identidade de um povo".

"O que está a ser trabalhado neste projeto é valorizar o património geomineiro, mas sempre ligado à componente da identidade local, das pessoas, sendo o que estrutura a rede de percursos de uma forma diferente e é cada vez mais procurado", justificou. Além de atravessar os "locais mais emblemáticos" da Faixa Piritosa Ibérica, incluindo antigas áreas mineiras, a nova rede de percursos permite ainda a descoberta do património natural da região, sobretudo da Reserva da Biosfera de Castro Verde, classificada pela Unesco.

O projeto tem o apoio da Turismo do Alentejo e Ribatejo e, segundo o presidente da ERT, José Manuel Santos, permite "uma leitura da paisagem, do território diferente". "Ou seja, acrescenta inequivocamente valor à oferta turística da região", reforçou este responsável. O presidente da ERT disse ainda que a nova rede de percursos vai estar em destaque no primeiro fim de semana da edição deste ano do Alentejo Walking Fest, que vai decorrer entre os dias 30 de outubro e 9 de novembro.

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