Sapateira, santola, lagosta; ostras, ameijoas e camarão: uma mariscada é uma dádiva no tempo quente. Provenientes do Alentejo, do Douro ou da Bairrada, há rosés que harmonizam bem com todo o tipo de marisco, assegura João Chambel.
O responsável pelas mais de 6000 referências da Garrafeira Estado D’Alma, em Lisboa, indica cinco vinhos rosados surpreendentes para acompanhar a festa. Palavra de sommelier:
Alentejano delicado para todo o marisco
Elaborado com Touriga Nacional e Tinta Miúda, este rosé alentejano produzido por Torre de Palma (€25), em Monforte, no Alentejo, é delicado e elegante com uma cor bastante atrativa. O estágio em depósitos de cimento e barrica usada “confere-lhe um carácter fresco e estrutura para acompanhar o marisco”, assinala João Chambel.
Da Península de Setúbal para dar luta à sapateira
Proveniente da Península de Setúbal, o Flor de Trois 2023 (€9) nasce de um lote de Cabernet Sauvignon e Castelão. Fresco e despretensioso, é um rosé muito versátil com boa acidez que se adapta bem às ostras, mas que também “dá luta ao recheio de sapateira”, considera. É produzido em Palmela pela Trois - Vinhos com Identidade.
Intensidade e elegância surpreendentes do Douro
Rosé do Douro estagiado em cubas de cimento, no Carvalhido Concrete 2023 (€25) destaca-se a parte mais floral da casta Touriga Nacional e a frescura da Tinta Roriz. Apesar da cor delicada, este rosé produzido no Douro Superior pela Quinta do Carvalhido, “aporta bastante estrutura e consegue surpreender pela intensidade e elegância”.
Companheiro ideal para marisco pela acidez vibrante
De nome Botão (2021) (€11), este rosé da Bairrada elaborado com a casta rainha da região, a Baga, resulta num vinho de cor mais carregada, mas capaz de “surpreender os mais céticos pela estrutura e frescura que apresenta”. A acidez vibrante faz deste vinho, produzido pela Lopes & Gonzalez, Vines and Wines, um parceiro ideal para o marisco.
Ostras e um Mar de Rosas
Proveniente de Colares, o rosé Mar de Rosas 2022 (€22) recebe “toda a influência atlântica da nossa costa”. Do produtor Casal Santa Maria, as castas Touriga Nacional, Pinot Noir e Syrah estagiam em barricas novas e usadas de carvalho francês. Traduz-se num rosé “intenso e complexo com bastante estrutura e o toque salgado dos vinhos de Colares”. É, por isso, companhia ideal para acompanhar “desde o marisco mais carnudo até a salinidade das ostras”.
Sobre João Chambel
Tirou o curso em Londres no Court of Master Sommelier. É atualmente o sommelier na Garrafeira Estado D'Alma, em Lisboa, que apresenta mais de 6000 referências de vinhos nacionais e internacionais.