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Serra da Estrela: já há datas para o novo ciclo de caminhadas Na Rota dos Glaciares

Na Rota dos Glaciares é o novo ciclo de caminhadas organizadas pelo Estrela Geopark. Em cada rota sobe-se a um dos sete vales glaciários da maior montanha continental portuguesa para usufruir da beleza desta paisagem única. A primeira caminhada é em março e percorre o Glaciar de Loriga

Vale Glaciar de Loriga
Turismo Centro de Portugal

Na Rota dos Glaciares é o novo ciclo de caminhadas do Estrela Geopark. “Cada caminhada irá percorrer o movimento de recuo dos Glaciares que, há 30 mil anos, cobriam a paisagem da Estrela”, explicam os organizadores, com a garantia de que em cada uma das quarta rotas vai ser possível subir um dos sete vales glaciários da maior montanha de Portugal continental, “entre a base do vale e a Torre, numa ascensão geográfica e de conhecimento”.

Covão Boieiro no Vale Glaciar de Loriga
CM Seia

O primeiro destes percursos interpretativos está agendado para o dia 16 de março, ainda que dependente das condições meteorológicas. Para um máximo de 20 pessoas, a caminhada inaugural da Rota dos Glaciares vai dar a conhecer o Glaciar de Loriga, ao longo de 10,4 km. O percurso, com grau de dificuldade “muito difícil” tem início, pelas 8h30, em Loriga, e final na Torre, permitindo explorar a beleza do cenário único da montanha através dos mesmos trilhos que, há milhares de anos, o gelo percorreu ao derreter. Tem como pontos de interesse Covão da Areia, Covão da Nave, Covão do Meio, Covão Boieiro, Lagoa do Covão do Quelhas e Planalto da Torre.

No calendário, seguem-se a Rota do Glaciar do Covão do Urso, a 8 de junho, com 16,9 km de distância, a Rota do Glaciar de Alvoco, dia 7 de setembro, com 7,2 km de caminhada, e a terminar a temporada, a Rota do Glaciar de Alforfa, agendada para 2 de novembro. O Vale de Alforfa, na Covilhã, “impressiona pelos blocos de rochas gigantescas”, enquanto o Vale da Loriga, em Seia, “deslumbra pelo contraste entre a altura das escarpas e a profundidade dos covões”. A participação em qualquer uma das quatro rotas custa €10. O valor inclui seguro. Pode saber mais consulte a página do Estrela Geopark.

Torre na serra da Estrela
Turismo Centro de Portugal

Cúpula de gelo com 80 metros de espessura

Segundo informação disponibilizada pelo Turismo Centro de Portugal, “a história destas paisagens únicas aponta para a última glaciação e para fenómenos geológicos anteriores. O facto de ser um acontecimento anterior à mais antiga ocupação humana conhecida do território desperta a curiosidade e apela à imaginação. Nessa era remota, o local que hoje conhecemos como Serra da Estrela era uma enorme e compacta placa de gelo, que cobria o planalto onde hoje em dia está a Torre. Esta cúpula de gelo teria uma superfície de cerca de 70 Km2 e uma espessura de 80 metros”. Explica-se ainda que “com o aumento das temperaturas, essas neves perpétuas começaram lentamente a derreter e, à medida que deslizavam pelas encostas, arrastaram grandes blocos de granito, que foram esculpindo a paisagem e formando vales. Esta verdadeira obra de arte feita pela Natureza pode ser observada ainda hoje: vales em forma de ‘U’ e um planalto glaciário formado por rocha, com lagos, charcos ou prados húmidos”.

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