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Coelho à conde d’Ourém: uma receita requintada para provar em Fátima

Arroz de miúdos feito na hora e folhas de couve escaldadas complementam o protagonismo do coelho neste prato, uma referência gastronómica para provar em Fátima, no restaurante O Convite.

Humberto Magro

Na ementa do restaurante O Convite, do Dom Gonçalo Hotel & Spa, em Fátima, brilha um prato com história: o “Coelho à conde d’Ourém”. “O prato vem referenciado em um dos livros de Marques da Cruz, gastrónomo de Leiria, que estudou os comeres aqui da região”, comenta Jorge Heleno, diretor geral da unidade. A existência desta receita também está associada à antiga Pousada de Ourém.

A receita base posta em prática, desde janeiro de 2021, na cozinha do restaurante O Convite remonta aos tempos da avó Maria José, que viveu na aldeia de Moita Redonda, pertencente, hoje, ao concelho do distrito de Santarém. “Essa aldeia está num monte por trás do Santuário de Fátima. De lá avista-se muito bem o castelo de Ourém”, explica. Mas é Maria Emília Heleno, mãe de Jorge Heleno, quem desenvolve a receita do “Coelho à conde d’Ourém”, entre tantas outras que constam na ementa do restaurante do Dom Gonçalo Hotel & Spa. Mais tarde, esta é recriada por João Vieira (atual chef de cozinha do The Lodge Hotel, no Porto), quando estava à frente da cozinha de O Convite.

Restaurante O Convite
Humberto Magro

Antes de chegar à mesa, a receita passa por várias etapas. Primeiro o coelho é cortado aos pedaços e temperado com vinho tinto, louro, pimentão doce, cominhos, orégãos, salsa, alecrim, a rama do alho francês, sal e pimenta. Parte destes temperos são colocados no recipiente com os miúdos do coelho. Ambos são deixados a marinar por oito horas. Findo este tempo, o coelho é marcado, na frigideira, em óleo bem quente. No tacho, são dispostas cebola picada, alho francês e cenoura cortada em “juliana”. Depois de regadas com fio de azeite, são deixadas a refogar. Refresca-se com vinho tinto, adiciona-se o coelho e um pouco mais de vinho e água. Deixa-se cozinhar em lume brando.

Noutro tacho, é colocada uma colher de sopa de cebola picada até alourar em azeite. Junta-se o arroz, caldo de legumes e um pouco do molho do coelho. A este preparado, cozem-se os miúdos do coelho e as ervilhas. As folhas de couve lombarda são escaldadas, durante três minutos, em água a ferver e, posteriormente, colocadas em água com gelo.

Para terminar, são dispostas duas folhas de couve no tacho de ferro e colocado o coelho juntamente com o molho. Adicionam-se as nozes e dispõem-se as restantes folhas de couve. Estas são “regadas com o molho da carne, para não secarem”, informa Luís Nunes, o chef do restaurante O Convite. Leva-se ao forno por cinco minutos. Adicionadas as folhas de hortelã previamente picadas, o “Coelho à conde d’Ourém em tabuleiro e tachinho” (€17) está pronto a servir!

Restaurante O Convite

Mas a ementa d’O Convite não fica por aqui! Fica a sugestão do “Trio de petiscos” (€9,50) e o “Torricado de cogumelos silvestres com lascas de queijo Parmesão” (€9). Sem descurar da “Sopa rica de peixe com crotões de pão” (€3,80). Os clássicos “Filetes de pescada com arroz de berbigão e salada mista” (€24) e a “Posta de bacalhau à João do Porto com chícharo” (€38), prato que remete para as memórias de infância de Maria Emília Heleno, são de considerar. Nas carnes, fica o registo do “Arroz de pato à antiga “ (€17) e da “Perna de galinha do monte assada sob a sua cabidela no tabuleiro” (€17). Termine com “Pudim de queijo da serra da Estrela com gelado de azeite” (€5,50).

O restaurante O Convite (Dom Gonçalo Hotel & Spa, Rua Jacinta Marto, 100, Fátima. Tel. 249539330) está aberto de terça-feira a domingo, ao almoço, das 12h00 às 15h00 e entre as 19h30 e as 22h00.

A equipa Boa Cama Boa Mesa está a percorrer o país para selecionar hotéis e restaurantes que vão integrar o guia anual, a publicar em abril de 2024. Até lá, fique a conhecer algumas das sugestões que justificam a viagem.

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