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Com menu assinado por Chakall, Comboio Presidencial regressa ao Douro em março de 2024

O projeto turístico do Comboio Presidencial, entre o Porto e o Pocinho, vai regressar à Linha do Douro, a partir de março de 2024. O renascer do projeto é da responsabilidade da CP, do Museu Nacional Ferroviário e do chef Chakall
Comboio Presidencial
CM Foz Côa

Com menu assinado pelo mediático chef Chakall, o famoso Comboio Presidencial regressa ao Douro, a partir de março de 2024. O renascer do projeto é da responsabilidade da CP, do Museu Nacional Ferroviário e de Chakall. A viagem de apresentação do novo produto turístico da CP, cuja experiência custa €750 decorreu esta quarta-feira.

"Isto é uma parceria entre a CP, a Fundação e o chef Chakall. Todos entram com uma parte do negócio, todos entram com risco, e vai existir uma chave de distribuição de receita em função da participação de cada um dos três neste projeto", disse hoje aos jornalistas o presidente da CP, Pedro Moreira, a bordo do Comboio Presidencial.

Questionado sobre os valores envolvidos, o responsável da empresa pública ferroviária não quis adiantar o montante do investimento total, advogando sigilo comercial. "É elevado ao ponto de, para ser rentável, ter de estar com uma lotação próxima dos 70%", num comboio com 72 lugares, que pode ser ajustado em função das reservas e do tipo de ocupantes, como famílias, amigos ou empresas, explicou Pedro Moreira aos jornalistas.

Recorde-se que o mesmo comboio tinha vindo a ser dinamizado pelo empresário Gonçalo Castel-Branco, com o projeto The Presidential, e ter feito a última viagem em outubro de 2022.

Comboio Presidencial
CM Foz Côa

O comboio original remonta ao Comboio Real de 1890, tendo atravessado a monarquia, a 1.ª República e o Estado Novo com diferentes configurações, tendo como função oficial o transporte dos chefes de Estado. O último serviço oficial remonta aos anos 70 do século XX, ainda antes do 25 de Abril.

"Quisemo-lo fazer de uma forma muito mais democrática, com maior envolvimento da região. O que existia, a experiência anterior, não tinha um envolvimento tão grande. Havia um acordo com uma quinta, nós temos um acordo com dez quintas e com vários restaurantes da região", advogou o responsável da CP, que participou na conferência de imprensa conjunta com o presidente da Fundação Museu Nacional Ferroviário (FNMF), Manuel de Novaes Cabral, com o chef Chakall e com o presidente da Câmara de Vila Nova de Foz Côa, João Paulo Sousa.

Comboio Presidencial
CM Foz Côa

O cozinheiro argentino, há décadas a viver em Portugal, desenhou um menu especial para o Comboio Presidencial e defendeu que o serviço "tem de representar o bom da região", algo que considerou “muito fácil”. Ao longo da viagem Chakall apresentou como exemplos, o pão e presunto, de fornecedores locais na paragem que o comboio faz no Peso da Régua. "O menu grande vai ser definido por mim e pela minha equipa, mas o prato principal será sempre de um cozinheiro ou de uma cozinheira que não tem o reconhecimento que merece", disse o 'chef' aos jornalistas, querendo fomentar um "espírito familiar" no comboio, com "os melhores vinhos, dez quintas fantásticas, e os melhores pratos de Portugal".

Chef Chakall
DR

Já o presidente da FNMF assinalou que o comboio-museu deve ser "uma espécie de museu vivo" e de "museu fora do museu", sediado no Entroncamento (distrito de Santarém). O objetivo é que o comboio seja "um instrumento não apenas do turismo, mas do território e da economia do território", não servindo apenas "para as pessoas olharem", mas sim para as pessoas viverem".

As vendas dos bilhetes para o novo Comboio Presidencial vão ser feitas quer através da CP, quer através das agências de viagens, que podem incluir o produto em pacotes mais abrangentes envolvendo a região.

A primeira de dez viagens deverá realizar-se no último fim de semana de março, mas os detalhes ainda estão a ser alinhavados entre a CP e as agências.

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