Diz-se, do cozido à portuguesa, ser o mais famoso dos pratos tradicionais portugueses. A primeira abordagem escrita sobre esta especialidade remonta ao século XVII, tendo Domingos Rodrigues, cozinheiro da Casa Real de Portugal sido o primeiro a escrever um tratado de culinária em português chamado “Arte de Cozinha”, de 1680, e onde considerava o cozido à portuguesa um prato riquíssimo, onde não faltavam perdizes, coelho e pombos. Os ingredientes foram mudando com o tempo e hoje, há ligeiras diferentes consoante as regiões do país onde é feito, mas não deixa de ser um prato de que praticamente toda a gente gosta.
A Cozinha do Manel
É um dos guardiões da cozinha regional que permanece porto seguro no centro da cidade. Atravesse demoradamente a sala de entrada com balcão, ideal para as refeições mais curtas da semana, num registo de proximidade. Arroz de pato, à terça, tripas, à quarta e sábado, e, o inverno, cozido à quinta-feira, justificam visita frequente. Sem mudanças radicais, o restaurante A Cozinha do Manel aposta na cozinha de sempre, com mão certa e forno a lenha laborando com mestria o cabrito e a vitelinha assados. No regresso, encante-se com objetos, fotos e mensagens. Preço médio €25.
Rua do Heroísmo, 215, Porto. Tel. 919 787 598
Tasquinha do Matias
Se ainda houver lugar na Tasquinha, escolha uma mesa com vista para a torre e para a ponte e aprecie a paisagem com um copo de espumante na mão. Depois saiba que vai ter dificuldade em escolher, já que a ementa é vasta e cheia de pratos regionais. Na Tasquinha do Matias há milhos no pote, pataniscas com arroz de legumes, marrã com batata e várias carnes e peixes, todos grelhados ao momento. Em dias certos aparece o cozido à portuguesa, o lombo grelhado com arroz e batata salteada e, claro, o pudim de ovos para finalizar em beleza. Preço médio €20.
Rua da Ponte de Ucanha, Ucanha. Tel. 254 678 241
Casa D’Irene
Este acolhedor espaço leva à mesa o melhor da gastronomia tradicional da região. Com mesa farta e prato cheio, à boa maneira beirã, destacam-se pratos como o polvo e o bacalhau no forno, que deram fama à casa. Na carne, não faltam também estrelas, como o cabrito grelhado com migas de grelos ou o cozido à portuguesa. Irene Frias, proprietária e cozinheira do restaurante Casa D’Irene, mas que também serve à mesa, é uma mulher da terra que dá o corpo e a alma por esta sua casa, recebendo cada cliente como se de família se tratasse. Preço médio €25.
Largo do Olmo, Malpartida. Tel. 271 574 254
Restaurante Olea
Ao domingo, há cozido à portuguesa, por encomenda, feito numa panela de barro, no forno, fechada com uma massa de farinha a fazer de tampa. É a grande novidade deste restaurante agora liderado pela chef Margarida Graça, que continua a ter o azeite como fio condutor da carta. Todos os dias, no restaurante Olea, há um menu executivo diferente ao almoço, mas na carta surgiram outras novidades, como as migas à moda do lagar, o bacalhau na brasa com azeite de honra ou a truta recheada com presunto serrano. Preço médio €30.
Museu do Azeite, Travessa dos Vales, 7, Bobadela. Tel. 238 603 095
O Orelhas
Os produtos portugueses e o receituário das regiões do país proliferam nesta casa, aberta há mais de duas décadas por Paulo Travassos, responsável pela garrafeira visível da sala do restaurante. Contam-se mais de 250 referências, sugeridas com rigor para obter a harmonização perfeita. Já o pai, António Travassos, mostra quão cozinheiro de mão-cheia é. Encontre, no restaurante O Orelhas, Bacalhau assado no forno, arroz de pato, cabidela e cozido à portuguesa são sugestões a ponderar, pois, a confeção de cada prato é feita com esmero. Termine com as generosas farófias. Preço médio €20.
Rua Cesário Verde, 80, Queijas. Tel. 214 164 597
O Nobre by Chef Justa Nobre
Aos pratos de conforto do dia, como as favas guisadas com entrecosto e o buffet de cozido à portuguesa domingueiro, provavelmente o mais popular buffet do cozido de Lisboa, feito com carne bísara, os melhores enchidos e ingredientes, temperados com alguns segredos que só Justa Nobre conhece. No restaurante O Nobre by Chef Justa Nobre, juntam-se clássicos como a sopa de santola, o lombo de robalo de mar à Justa e a perninha de cabrito assada no forno. Preço médio €30.
Avenida Sacadura Cabral, 53 Lisboa. Tel. 217 970 760
Os Courenses
É um dos mais conhecidos restaurantes do lisboeta bairro de Alvalade que tem neste prato um dos seus embaixadores, a ponto de já ter ganho prémios com a receita do cozido à portuguesa. Generoso, com enchidos de qualidade superior, nacos gulosos de frango, vaca, porco, bem como nabo, cenouras, grão e um arroz caldoso. No restaurante Os Courenses, serve-se às quintas-feiras e aos sábados ao almoço. Pode sempre optar por meia dose, sendo que se recomenda reservar antecipadamente, uma vez que a procura é grande. Preço médio €20.
Rua José Duro, 27, Lisboa Tel. 218 473 619
Adega Tia Matilde
Apesar do vasto sortido de cozinha regional, as terças-feiras ao almoço são dedicadas ao cozido à portuguesa. Carne de vaca, entrecosto, chispe, enchidos, os legumes obrigatórios, nada é deixado de fora. A Adega Tia Matilde é uma casa de referência na arte de bem comer em Lisboa, será sempre recordada por ser o restaurante de eleição do “rei” Eusébio e, claro, pela simpatia do seu proprietário, Emílio Andrade, distinguido em 2021 com o Prémio Carreira do guia Boa Cama Boa Mesa.
Preço médio €20.
Rua da Beneficência, 77, Lisboa Tel. 217 972 172
David da Buraca
Começou como tasca onde se serviam petiscos para se transformar num símbolo da cozinha tradicional. Vocacionado para grandes grupos, distingue-se pela comida tradicional e pela atenção dedicada aos clientes, alguns frequentadores há várias gerações. O cozido no restaurante David da Buraca é servido à quinta-feira, mas atenção que uma travessa dá para duas pessoas. E há sempre disponibilidade para pedir à cozinha um reforço de enchidos ou de a carne preferida. A partir de €20.
Estrada da Buraca, 20, Lisboa. Tel. 217 606 247
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