Qual é a coisa qual é ela, que tem tração atrás, motor Boxer de dois litros, 200 cavalos e é fácil de guiar? A adivinha passou a ter resposta fácil, agora que a Toyota lançou o GT 86.
Basta olhar para o carro para ver que é de um desportivo que estamos a falar: duas portas, capô proeminente, asa traseira e, claro, aquele ronco inconfundível quando se põe a trabalhar.
Se espreitarmos para o escape, descobrimos lá uma inscrição a dizer "Subaru". Distração na linha de montagem? Partida da concorrência? Nada disso. O carro é um projeto conjunto das duas marcas nipónicas: o motor (a gasolina) é Subaru mas a injeção é dos Lexus de último modelo, para conciliar desempenho, facilidade de condução e respeito pelas normas ambientais.
Com pequenas diferenças no exterior e afinações diferentes da suspensão, a Subaru venderá o BRZ e a Toyota o GT 86.
E, ao volante, que tal?
Na apresentação internacional do carro, em Barcelona, tivemos oportunidade de o experimentar, tanto em estrada, como num autódromo.
Em condução normal há alguma frustração de expectativas: o ronco do motor não é proporcional ao disparo do carro - não nos deixa colados ao assento. Em contrapartida revela-se bastante civilizado, aguentando a quinta ou a sexta a rotações relativamente baixas (para um desportivo) sem se queixar e proporcionando consumos da ordem dos 8,5 litros aos cem.
Para manter a mecânica simples não há turbo, ao contrário do que é comum na concorrência.Os anunciados 200 cavalos serão tão mansos como pareceram em estrada?
Para tirar as teimas fomos até ao autódromo do Parc Motor Racing, perto de Martorell, a uma hora de Barcelona, onde houve "test drive" a sério, com pista reservada e pilotos profissionais a dar assistência aos jornalistas.
Aí o Toyota GT 86 que vem equipado de série com os mesmos pneus que o híbrido da marca, o Prius, revelou-se uma delícia: bom de guiar, previsível e com um andamento muito interessante.
A cereja em cima do bolo foram as últimas voltas, já com as ajudas eletrónicas de bordo desligadas depois das trajetórias ideais bem estudadas. Uma coisa vos posso garantir: o carro revelou-se muito melhor que o piloto...
Tudo isto são primeiras impressões. Lá mais para o Verão haverá um teste de maior duração em condições do dia-a-dia e nessa altura vos procurarei dar uma ideia mais consistente da forma como este carro se comporta.
Em julho o Toyota GT 86 vai começar a ser vendido em Portugal.
Como o nosso sistema de impostos é o que se sabe, um carro que no resto da Europa custará à volta de €30.000, aqui ficará pelos € 39.000. Se fosse um utilitário e custasse €10 mil lá fora, a distorção do preço em percentagem não seria muito diferente.
Digam lá que não somos um país original?