Auto crítica

Honda Jazz 1.2 I-VTEC: abaixo os seis litros!

A versão do Honda Jazz com motor 1200 a gasolina é surpreendentemente económica, podendo consumir menos de seis litros aos cem

Rui Cardoso; rcardoso@expresso.impresa.pt

Já nestas crónicas gabámos os méritos do Honda Jazz: lançado em 2001 continua a ser uma referência imbatível no que respeita a aproveitamento do espaço interior.

Pequeno por fora, é enorme por dentro e tem aqueles famosos bancos traseiros que rebatem das mais inesperadas e bem estudadas maneiras.

A nova versão agora à venda no mercado português vem com um motor de 1,2 litros a gasolina que foi uma verdadeira surpresa, não tanto do lado do desempenho (onde cumpre sem deslumbrar como seria de esperar de um "motorzinho" de 90 cavalos) mas do lado do consumo. Apesar de toda a retórica das marcas, a verdade é que os grandes progressos em matéria de consumos têm sido quase exclusivamente obtidos com motores a gasóleo.

Este Honda Jazz 1.2 é uma das raras exceções: não é difícil conseguir 5,9 aos cem, ou mesmo um pouco menos. Basta atentar nas indicações do painel de instrumentos (seta verde) e trocar e "destrocar" a caixa nos regimes ideais sugeridos para a rotação do motor. Uma vez em quinta e a velocidade estabilizada, a leitura do mostrador dos consumos instantâneos ajuda a encontra a aceleração ideal para o andamento pretendido.

Evitando arranques-canhão nos semáforos, levantando totalmente o pé sempre que possível (o que virtualmente corta a alimentação do motor, reduzindo o consumo a quase zero) e não passando dos 120 km/h somos recompensados com um consumo que, não sendo o dos motores diesel da última geração, já não envergonha. Não serão os 5,3 aos cem com que o carro foi homologado para ciclo misto mas, com razoável probabilidade, mais meio litro. O que não é nada mau.

E mais. Como o carro custa menos de € 15 mil e tem tradição de fiabilidade e durabilidade, quem não tenha que ir todas as semanas de Lisboa ao Porto ou ao Algarve, pode não ter vantagem financeira em comprar um carro equivalente a diesel. Porque se o fizer pode demorar uns bons 100.000 km a amortizar a diferença de valor de aquisição.

Uma última palavra para o comportamento em curva que é espetacular (um verdadeiro kart com carroçaria), o que significa que andar em modo ecológico não implica, necessariamente, andar a passo de caracol, por exemplo em traçados sinuosos.

Sobre o preço, uma nota para alertar que o valor muito interessante apresentado na publicidade da Honda (€ 12.250) diz respeito a uma versão de entrada sem ar condicionado. Com este "acrescento", que hoje em dia poucas pessoas dispensarão, o preço sobe à volta de € 1.000, aproximando-se muito do custo da versão mais equipada, a Trend, ou seja € 14.220.