Mal se entrou no recinto do Parque da Cidade do Porto, a tarde ia ainda alta, rapidamente se percebeu qual era a cor do dia: o verde-choque, com um brat ("fedelho", em português corrente) estampado a meio. O Brat Summer, era iniciada e terminada pela britânica Charli xcx, a estrela pop que podia ser a nossa melhor amiga do liceu, chegou até Portugal um ano após ter rebentado, virtude de um álbum onde a eletrónica bebe das míticas raves dos anos 90. Sem a anarquia e a agressividade de outrora, é certo: é rave para estádios, aguada q.b. para poder bater no mainstream. Mas cola-se ao ouvido, e marcou definitivamente o ano de 2024 com despudor, explicando a todo e qualquer estudante de design (basta ver a capa do disco) que, muitas vezes, o minimal é maximal. Um ano depois, o Porto abraçou Charli xcx (que, lamentavelmente, não se deixou fotografar pelos órgãos de comunicação social).
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Charli xcx no Primavera Sound Porto: nesta ‘rave’ verde-choque dançam homens, mulheres, trans e não-binários. E dança Charli, como nunca
Era o grande destaque do primeiro dia de Primavera Sound Porto e não desiludiu. Charli xcx trouxe consigo os temas de um álbum que marcou 2024, dançou, pulou e deixou uma garantia: esta festa hedonista não acaba tão cedo. A crónica de uma noite trepidante no Parque da Cidade do Porto