Sábado à noite. Partindo da Gare do Oriente, em Lisboa, basta andar alguns metros pela avenida fora, direção Olivais, loja de materiais de construção e bricolagem de um lado e um hotel do outro. Anda-se meio à deriva: nos mapas do iPhone a avenida tem um nome diferente, a Rock Station ainda não dá de si. A deriva funciona; do nada, à direita, eis que ela surge, portão encarnado, o logótipo ao alto, “RS” sobre grelha com um raio em baixo. Estamos na mais jovem das salas de espetáculos lisboetas, aquela que, assumidamente, quer matar as saudades que a velha guarda tem do Rock Rendez-Vous, demolido em 1990, a alguns quilómetros daqui, na rua da Beneficência.
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“A Rock Station devolveu-nos o paraíso. Hoje não há baladas”: a noite em que um José Cid elétrico inaugurou uma nova sala em Lisboa
As paredes estão adornadas com cartazes dos Nirvana, AC/DC, Pink Floyd, Led Zeppelin, Metallica, todo um panteão. Uma bola de espelhos reluz nas alturas. As portas abrem-se: a Rock Station nasceu oficialmente no Dia de Reis e trouxe um monárquico para a estreia: a nova discoteca e sala de espetáculos de Lisboa deu as boas-vindas com José Cid aos fiéis do bom e velho rock and roll, que compareceram em peso para a inauguração. Porque o rock “é a verdade”, porque há mantras que vivem para sempre
Paulo André Cecílio (texto), Rita Carmo (fotos)