Em Santa Maria da Feira, distrito de Aveiro, Francisco Louçã acentuou o apelo aos indecisos. "Há uma coisa que sabemos das sondagens: dois milhões de portugueses ainda não decidiram" o sentido do seu voto. "Amanhã (sexta-feira) vai haver mais indecisos do que hoje; e no sábado haverá mais indecisos do que hoje".
Para captar aquele eleitorado, Louçã apresentou "cinco razões para votar no BE". A primeira, "é votar mesmo"; a segunda, "o PS não merece votos das gentes de esquerda"; a terceira razão, as propostas do BE para uma "economia decente, responsável, com soluções competentes"; a quarta razão apresentada por Louçã é a recusa de um mal pior, rejeitando o que os "políticos manhosos" querem impor ao país.
Já a quinta razão prende-se "em particular com os socialistas desiludidos", por José Sócrates estar a defender para Portugal superior ao que foi aplicado à Grécia. É contra a existência de uns juros altos que Louçã defende "um novo 25 de abril".
Ainda neste ponto, face ao cenário de um ministro das Finanças comum aos diversos países da UE (hipótese admitida, entre outros, por Vítor Constâncio), Louçã afirmou: "Um governo que responde ante o seu país é democracia, não é colonialismo".
Antes de Louçã, falou Luís Fazenda, n.º 3 da lista do BE em Lisboa, para quem os socialistas estão neste momento "neutralizados e inutilizados". O PS, segundo Fazenda, "consegue um prodígio da ciência política: não está fadado nem para o Governo, nem para a oposição".
Mas mais do que as críticas ao PS, Fazenda foi o primeiro dirigente nacional do BE a falar do 'day after'. "Em 5 de junho, teremos uma votação que nos permitirá estar de cabeça erguida. Onde outros falharam, este partido estará cá".
Antecipando o que será linhas do argumentário bloquista após as eleições, afirmou: "O Bloco não foi fazer miminhos à senhora Merkel, mas estará aí todos os dias ao lado do povo".
O comício no cine-teatro António Lamoso, praticamente cheio, fechou o penúltimo dia de campanha. Ao final da tarde, Louçã contactou com a população em Matosinhos, tendo feito uma arruada no Senhor de Matosinhos.
Na feira, ainda com poucas pessoas no local, o candidato cumprimentou muitos dos responsáveis dos stands. Num deles, da Missões Consolações, de Moçambique, Louçã entregou um folheto a uma freira, que lhe quis vender uma rifa, sem sucesso.
Após o Senhor de Matosinhos, Lousã prosseguiu o passeio pelo jardim central da cidade, onde estavam dois grupos de homens, sobretudo reformados, que jogavam às cartas.
O líder do Bloco deixou alguns folhetos e cumprimentou os jogadores. Tudo muito afável, mas rápido, pois o jogo tinha de prosseguir. Mal virou as costas, as cartas voltaram a ser batidas. Era um baralho com o símbolo do PS. Em Matosinhos, os trunfos são socialistas.
Hoje, sexta-feira, último dia de campanha, o Bloco concentra os seus esforços no Porto. De manhã, uma viagem no metro do Porto. Da parte da tarde, uma arruada em Santa Catarina. A fechar, um comício no Coliseu.