Há sinais de progresso na 27.ª Cimeira do Clima da ONU (COP27), onde o impasse relativamente ao texto final obrigou ao adiamento do encerramento.
Novas informações confirmadas junto da UE indicam que há um "potencial acordo" em cima da mesa, mas que o entusiasmo deve ser contido. De momento deverá faltar ainda o acordo em alguns assuntos-chave, como a ambição na mitigação das emissões, um aspeto sublinhado por Frans Timmermans esta manhã.
Segundo o The Guardian, o ministro do Clima da Austrália confirmou que a meta estabelecida pelo Acordo de Paris de limitar o aquecimento global a 1.5ºC foi muito disputada durante as negociações.
Em disputa estará também o compromisso de assegurar o pico de emissões antes de 2025, com um decréscimo ou fim do uso dos combustíveis fósseis.
Em contrapartida, os países deverão ter aprovado o artigo 6.º, que visa regular os controversos mercados de carbono estabelecidos pelo Acordo de Paris. O acordo foi anunciado pelo negociador-chefe de Singapura no Twitter.
De acordo com o The Guardian, o texto foi adotado esta manhã sem debate e com ovações. Contudo, a publicação da conta que os ativistas temem que a formulação deste artigo possa ter aumentado as lacunas já existentes.
“Estes resultados só são dignos de comemoração se for um comerciante de carbono prestes a lucrar imensamente ou os governos do Norte Global que estão a bloquear a sua capacidade de usar compensações e remoções de forma imprudente - sem os direitos humanos necessários e outras salvaguardas - para ignorar a sua obrigação para realmente reduzir as emissões", disse Rachel Rose Jackson da Corporate Accountability ao jornal inglês.
A COP27 deveria ter terminado esta sexta-feira em Sharm El Sheikh, no Egito, mas prolongou-se pelo menos mais um dia pela falta de acordo. Durante a hora de almoço deste sábado, o vice-presidente da Comissão Europeia garantiu que a sua delegação estava pronta a abandonar a mesa de negociações caso não fosse possível alcançar um resultado satisfatório. “É melhor não ter decisão do que ter uma má decisão”, afirmou Frans Timmermans.