Há 636 lobistas da indústria de combustíveis fósseis presentes na cimeira da ONU sobre alterações climáticas, no Egito. Este número representa um aumento de 25% em relação ao ano passado, denuncia a organização não governamental Global Witness, que conclui que “a influência do petróleo e do gás nas COPs está a crescer”.
Há mais lobistas dos combustíveis fósseis do que representantes das dez nações mais afetadas pela crise climática a participar na 27.ª Conferência das Partes das Nações Unidas sobre Alterações Climáticas, em Sharm-el-Sheik, alerta a ONG em comunicado.
Trata-se de “um aumento da influência da indústria dos combustíveis fósseis nas conversações sobre o clima, que já estão repletas de acusações de censura da sociedade civil e influência corporativa”, diz a Global Witness.
O elevado número de lobistas dos fósseis é incompatível com os objetivos climáticos que se deveriam alcançar nestas cimeiras, entre os quais travar a emissão de gases com efeitos de estufa e o aquecimento global — consequências que afetam especialmente os países em desenvolvimento, quem menos contribui para a mudança do clima.
Já na COP anterior, em Glasgow (Escócia), estiveram presentes 503 participantes com interesses ligados à indústria fóssil, o que ultrapassou o número de delegados de qualquer um dos países na cimeira do ano passado.
Os dados deste ano foram compilados por três organizações diferentes: Global Witness, Corporate Accountability e Corporate Europe Observatory. “A análise revela a escala a que os atores empresariais com interesses na queima contínua de combustíveis fósseis têm tido acesso a estas conversações críticas”, lamentam.