Portugal tinha no final do ano passado, 1881 doentes à espera de um transplante renal. A demora para receber um rim chega, em média, aos cinco anos, ainda assim, uma das cinco melhores taxas de transplantação em toda a Europa.
Segundo a edição deste sábado do “Diário de Notícias”, os dadores criticam a falta de campanhas de informação junto da população e fazem um apelo: “Pensem em doar.” Este sábado assinala-se o Dia Nacional da Doação de Órgãos e da Transplantação.
Os dados do Instituto Português do Sangue e da Transplantação (IPST) mostram que este ano já foram transplantados 463 órgãos de 227 dadores, a esmagadora maioria em morte cerebral. No mesmo período de 2023, o saldo de transplantação estava nos 450 órgãos. O rim é o órgão mais transplantado e o tempo médio de espera varia entre os três anos e meio e os cinco anos. Ainda assim, a demora é muito variável, pois “as listas de doentes a aguardar um órgão compatível para transplante são muito dinâmicas”, explicam os responsáveis do IPST. Em julho de 2023, por exemplo, segundo o IPST havia 1800 doentes em lista de espera.
A lista de espera não invalida, ainda assim, que Portugal esteja entre os melhores exemplos nesta área. Os dados oficiais publicados mais atualizados, de 2022, mostram que Portugal tem a quinta maior taxa de transplantes renais na Europa, com 49,01 transplantes por milhão de habitantes.
Segundo o IPST, “os órgãos mais transplantados são os rins”, mas também os órgãos com “maiores problemas de compatibilidade imunológica”. Já “o coração é, talvez, o órgão mais escasso e para o qual é necessária a compatibilidade imunológica, a compatibilidade morfométrica e a funcionalidade a 100% do órgão”.
O dia 20 de julho é dedicado à doação e transplantação para todos os órgãos e foi decretado em 2019, precisamente como forma de sensibilizar para “a dádiva”, que pode “salvar vidas”. A data marca também a realização em Portugal do primeiro transplante. Foi de rim, de dador vivo, em 1969, nos Hospitais da Universidade de Coimbra.