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Saúde

“Enfrentamos uma epidemia de resistência a antibióticos que a longo prazo irá causar muito mais mortes do que a covid-19”

Qual foi a primeira decisão do ECDC perante a covid-19? Que lições se retiram da relação com o novo vírus? E três anos depois, qual a maior ameaça à saúde pública da Europa? Nesta entrevista feita ao diretor de Vigilância do ECDC, Bruno Ciancio, nas instalações do organismo, em Estocolmo, damos um salto ao passado e preparamo-nos para o futuro

Bruno Ciancio é o diretor de Vigilância do Centro Europeu de Prevenção e Controlo das Doenças.
ECDC

Foi na noite de 31 de dezembro, em plena passagem de ano de 2019 para 2020, que o Centro Europeu de Prevenção e Controlo das Doenças recebeu o primeiro alerta de que a Europa poderia estar perante uma pandemia. Foram trocadas mensagens e marcadas reuniões para os primeiros dias de janeiro. Foi notificada a Comissão Europeia.

Bruno Ciancio, diretor de Vigilância do organismo europeu, foi enviado ao seu país no momento em que se virava perante um aumento brutal de casos, muitos deles graves, que os hospitais começavam a não conseguir suportar.

Quase três anos depois do primeiro alerta, o ECDC já virou a página da pandemia e olha agora para as novas ameaças à saúde pública na Europa, num momento em que se verifica um aumento da prevalência na Europa das doenças transmitidas por mosquitos, como a dengue, e um incremento da resistência aos antibióticos. Nesta entrevista, o diretor de Vigilância do organismo europeu, o italiano Bruno Ciancio, não só recorda as decisões tomadas nos primeiros momentos da pandemia, como aponta para o que mais o preocupa no momento pós-pandémico