Começo por um número impossível de fintar: quase 1,7 milhões de portugueses estão sem médico de família, entre eles mais de um milhão é na região de Lisboa e Vale do Tejo. Como é que isto se consegue explicar?
O milhão e 700 mil a nível nacional tem alguma justificação aritmética simples. Ao longo dos últimos anos cada vez mais médicos saíram do sistema do que os que entram. Isto acontece por duas grandes razões: uma delas é porque estamos a viver um pico de reformas, sobretudo em 2022, 2023 e 2024; outra é porque temos tido imensa dificuldade em captar e reter no Serviço Nacional de Saúde (SNS) os médicos de família ao longo dos anos. O número de médicos que terminaram a sua especialidade e que ficam no SNS é um número cada vez menor.
Uma notícia recente dá-nos conta de candidatos para apenas 40% das 900 vagas, no último concurso.