Numa das três avenidas que formam a Segunda Circular, em Lisboa, perduram fissuras, vigas deterioradas e defeitos estruturais que esperam há 27 anos por uma resposta. Em 1998, sob a presidência de João Barroso Soares, a Câmara Municipal pediu um parecer ao Instituto Superior Técnico (IST) sobre o viaduto do Campo Grande, que se conecta à Estrada da Luz através da Avenida General Norton de Matos. O documento, citado pelo jornal Público, alerta para o facto de a estrutura do viaduto não estar preparada para suportar um sismo.
Vinte e sete anos e sete autarcas depois, a infraestrutura, que até agora foi apenas alvo de obras de manutenção e pequenas reparações, deverá contar com um projeto de reforço estrutural e antissísmico, cujo programa preliminar foi elaborado já em julho de 2020 e adjudicado em junho deste ano. Espera-se que a execução do projeto seja levada a cabo até ao fim do ano, o que deverá implicar limitações na circulação.
Mais carros, mais peões e, consequentemente, uma maior pressão sob a estrutura, que se encontra atualmente no limite da sua capacidade rodoviária, estão na base da crescente urgência em dar atenção aos problemas do viaduto, expostos anteriormente tanto no parecer de 98, como em inspeções efetuadas em 2010 e 2018 pela Câmara Municipal de Lisboa, adianta o Público.
A maior preocupação são os pilares do viaduto, um dos de maior tráfego do país, pelo desgaste causado pelo trânsito. É necessário torná-los mais resistentes e flexíveis, de modo a evitar que se desliguem do tabuleiro em caso de sismo, o que resultaria num colapso da estrutura.