A boliviana que inspirou o romance "A tia Júlia e o escrevedor", do peruano Mario Vargas Llosa, morreu ontem na cidade de Santa Cruz (este da Bolívia). Complicações respiratórias provocaram a morte de Julia Urquidi Illanes, cujo corpo será velado hoje no salão Las Misiones em Santa Cruz, Bolivia, noticiou hoje o diário "El Deber".
Nascida em Cochabamba (Bolívia) em 1926, Julia Urquidi Illanes era "tia política" de Mario Vargas Llosa, com quem se casou em 1955. O casamento durou até 1964.
História de amor
O escritor peruano imortalizou essa particular história de amor no seu conhecido romance "A tia Júlia e o escrevedor", (1977) cujo personagem Pedro Camacho, o "escrevedor", também foi inspirado num boliviano, o jornalista, escritor e presidente de Câmara de La Paz, Raúl Salmón, que morreu em 1990.
A versão da relação amorosa narrada por Vargas Llosa não convenceu Julia Urquidi Illanes - segundo noticia o diário "El Deber" - que em 1983 replicou com um livro intitulado "O que Varguitas não disse".
Depois de se ter divorciado de Vargas Llosa, Julia Urquidi Illanes regressou a Cochabamba, sua cidade natal, onde trabalhou como secretária privada da mulher do general René Barrientos, então vice-presidente da Bolívia.
Posteriormente, mudou-se para Lima, tendo na década de 1970 regressado à Bolívia para secretariar a então primeira dama do país, a mulher do general Hugo Bánzer. Mais tarde chegou a chefe de protocolo da Câmara de La Paz.
*** Este texto foi escrito ao abrigo do novo Acordo Ortográfico ***
O Expresso apoia e vai adoptar o novo Acordo Ortográfico. Do nosso ponto de vista, as novas normas não afectam - antes contribuem - para a clarificação da língua portuguesa.
Por outro lado, não consideramos a ideia de que a ortografia afecta a fonética, mas sim o contrário. O facto de a partir de 1911 a palavra phleugma se passar a escrever fleugma e, já depois, fleuma não trouxe alterações ao modo como é pronunciada. Assim como pharmacia ou philosophia.
O facto de a agência Lusa adoptar o Acordo Ortográfico, enquanto o Expresso, por razões técnicas (correctores e programas informáticos de edição) ainda não o fez, leva a que neste sítio na Internet coexistam as ortografias pré-acordo e pós-acordo.
Pedimos, pois, a compreensão dos nossos leitores.