Jornada Mundial da Juventude

Rescaldo da JMJ: como é que o mundo noticiou o evento que “superou todas as expectativas”

O calor e os discursos improvisados do líder da igreja católica: perceba como é que Lisboa e a mensagem do Papa Francisco foram noticiadas

TIAGO MIRANDA

Milhões de crentes reuniram-se, na última semana, para celebrar a Jornada Mundial da Juventude. Enquanto os fiéis se juntavam em vários pontos da capital portuguesa, Lisboa e a mensagem do Papa Francisco foram reproduzidas por todo o mundo: veja aqui como é que os outros países noticiaram a JMJ23

Em Espanha, o evento chegou à capa. “Papa despediu-se ontem da Jornada Mundial da Juventude em Lisboa com uma missa a que assistiram 1,5 milhões de peregrinos. "Não tenhais medo", disse aos jovens que encheram o Parque Tejo”,lê-se na edição desta segunda-feira (7 de agosto) do “El Pais”. Na mesma edição, além da chamada na capa, o destaque focou a mensagem “concisa e direta” do Papa Franscisco, lendo-se ainda, que “os dirigentes portugueses estão satisfeitos com o desenrolar” do encontro. Também o“El Mundo” noticiou a JMJ, com destaque para o apelo do Papa dirigido aos jovens, para serem “surfistas do amor”.

Também o diário “La Razón” coloca o evento na capa da edição desta segunda-feira. De acordo com o que se lê, a Jornada Mundial da Juventude na capital portuguesa “superou todas as expectativas”: não só porque “mais de um milhão e meio de peregrinos se juntaram”, mas também porque a “organização foi apreciada" pelos mesmos.

Já em França, o diário “Le Figaro” destaca o tema, descrevendo Lisboa como a “cura da juventude da Igreja Católica”. Além de salientar, tal como os restantes jornais”, a mensagem do líder da igreja católica, o diretor adjunto da redação escreve sobre o assunto num editorial intitulado “O dom da esperança”. A parte económica também fez notícia neste jornal, com o artigo “Mais de um milhão de peregrinos nas ruas, uma bênção para os comerciantes de Lisboa”.

No jornal italiano “Corriere della Sera”, o destaque foi para o discurso do Papa Franscisco em Fátima: “Rezo pela paz, não faço anúncios”.

Mais longe, através da estação australiana “ABC”, o calor que se fez sentir no fim de semana foi motivo de destaque, explicando-se que mesmo “obrigou os peregrinos a abrigarem-se sob guarda-chuvas e toldos improvisados de lonas de plástico amarradas entre caixotes do lixo”. As temperaturas altas foram descritas como um “teste à fé”. A agência Reuters também destacou o calor sentido: “alguns participantes tiveram de esperar 20 minutos para voltar a encher as suas garrafas de água”.

Na “Euronews”, lê-se que o Papa rezou por aqueles que não conseguiram comparecer no evento devido à guerra. Menção também para o improviso de Francisco na hora de tomar a palavra: “Nos anos mais recentes, manteve-se fiel ao guião, sobretudo quando visitava locais onde os cristãos são uma minoria ou onde o público poderia não apreciar o seu estilo informal. Mas em Lisboa, voltou a sentir-se confortável, com muitas pessoas que conseguem acompanhar facilmente o seu espanhol nativo e que parecem apreciar a sua forma informal de comunicar”.

O “The New York” Times focou-se no apelo do Papa Francisco, para que a Igreja tenha espaço para todos. «“Seria melhor, disse uma rapariga, se a Igreja fosse "mais inclusiva em todas as relações, nos direitos dos homossexuais e tudo isso". Um rapaz com um altifalante portátil a tocar êxitos pop acrescentou que seria a favor de "raparigas serem padres". Outra rapariga, com uma bandeira irlandesa enrolada nos ombros, disse que gostaria de ouvir "mulheres a rezar a missa".»