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Com dificuldades em ler discurso, Papa improvisa e pede “ação concreta” no combate à pobreza

Depois de ter estado nos confessionários em Belém, Francisco visitou Bairro da Serafina, escolhido como exemplo de local afetado por carências sociais e económicas e onde existe “amor concreto” no combate à pobreza. “Tenho nojo da pobreza dos outros?”, perguntou, pedindo a todos que “sujem as mãos” nesse combate. Metade do discurso foi improvisado e a segurança do Papa esteve agitada

TIAGO MIRANDA

O Papa ia mais ou menos a meio do discurso que tinha preparado quando o cansaço, e as luzes do auditório do Centro Paroquial São Vicente de Paulo, no Bairro do Serafina, o fizeram parar. “São muitas as coisas que queria dizer-vos agora (...) mas não consigo ler bem. Vou deixar isto [o discurso] para depois publicarem, [porque] isto não se pode perder e eu não posso insistir” no esforço.

Assim, Francisco foi obrigado a improvisar a segunda metade do texto, o que até o tornou mais vívido: “Não há amor abstrato”, vincou o Papa, amor que não “suja as mãos”. “Quando dou a mão a uma pessoa necessitada ou a um doente, se tiro a mão para que não me contagiem, eu tenho horror à pobreza?”, perguntou, num dos bairros mais pobres da capital.