Apesar de a maior parte dos tumores malignos já ser curável se diagnosticada precocemente, o cancro é e continuará a ser uma das principais causas de morte. Mas são cada vez mais as armas disponíveis para o combater. Mesmo que não se encontre a ‘cura’ para todos — até porque os mecanismos de ação de cada tipo e subtipo de tumor são muito variáveis —, haverá ganhos significativos na sobrevida dos doentes, tornando-se cada vez mais uma doença crónica.
“Antes só havia duas ou três linhas terapêuticas, hoje existem cinco ou seis e vamos ter mais ainda. A pessoa até pode vir a morrer de cancro, mas num horizonte temporal longínquo, à semelhança do que acontece agora com a insuficiência cardíaca. Hoje em dia a ciência produz muito conhecimento e a indústria farmacêutica consegue testá-lo com uma rapidez que antes era impensável”, explica José Carlos Machado, especialista em genética molecular e diretor do Ipatimup (Instituto de Patologia e Imunologia Molecular) Diagnostics. E os números já dão conta dos avanços: “Até 2040, a incidência de cancro vai aumentar 50%, mas desde os anos 90 que se regista uma diminuição da mortalidade de 2% ao ano. Ou seja, haverá cada vez mais cancro, mas cada vez menos gente a morrer por causa dele”, acrescenta.