Todas as pessoas segregam eicosano e aldeído perílico no sebo cutâneo, mas os doentes de Parkinson tendem a apresentar maiores concentrações destas moléculas — e essa poderá ser a chave que falta para abrir a porta dos diagnósticos precoces não invasivos da doença. Em 2019, investigadores das Universidades de Cambridge, Edimburgo e Oxford confirmaram uma relação estatística entre a Parkinson e as duas moléculas, e passados dois anos a descoberta foi aproveitada por alunos da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade Nova de Lisboa para anunciar um “nariz eletrónico” que promete diagnósticos em 20 minutos e em fases que ainda não registam sintomas severos.
“Não há no mercado dispositivos de diagnóstico precoce da Parkinson. Só existem exames de diagnóstico que, geralmente, são pedidos quando já há sintomas da doença e 60% a 70% dos neurónios dopaminérgicos se encontram degenerados”, explica Diogo Trinchante, aluno da Nova e porta-voz da equipa que criou o Parkinson AI Smeller.