Foi um dos principais nomes do jornalismo desportivo português do séc.XX. Alfredo Farinha, fundador do Clube Nacional de Imprensa Desportiva (CNID), foi ainda dirigente do clube Estoril-Praia.

Durante 40 anos, dividiu a sua actividade profissional entre o jornalismo desportivo e as funções de inspector do trabalho, depois de ter sido preceptor e professor. 

Distinguido com o grau de comendador pelo então Presidente Mário Soares, dizia-se admirador de Salazar, que considerava "um estadista absolutamente inigualável".

Em 2008, recebeu o Prémio Prestígio Fernando Soromenho do CNID -Associação dos Jornalistas de Desporto. Ao agradecer o galardão, disse: "Não sou um fã incondicional de Saramago, mas li recentemente uma frase sua genial: que um Nobel nada significa às portas da morte. Para mim, confesso, este prémio tem uma importância nobel, por ser do CNID, uma célula viva de apoio ao desporto, que nasceu de um grito de revolta contra a prepotência. Nesses idos anos 60, nós, jornalistas do desporto, éramos vistos apenas como colaboradores desportivos dos jornais, enquanto outros que se limitavam a copiar e a cortar informações da Reuters é que eram jornalistas! Hoje, as coisas e os reconhecimentos são, felizmente, muito diferentes. É por isso que recebo apaixonadamente este prémio mesmo que morra daqui a dois ou três minutos".

Assumiu-se como benfiquista alegadamente por causa do ciclista "José Maria Nicolau, que uma vez ganhou por meia roda aoAlfredo Trindade. Se tivesse ganho o Trindade, era do Sporting. Foi uma espécie de aposta", disse há um ano, numa das últimas entrevistas que concedeu ao diário desportivo "O Jogo".

O corpo do antigo jornalista estará a partir das 16h de hoje na Associação dos Antigos Alunos Salesianos, no Estoril - que também dirigiu -, de onde sairá o funeral às 16h de amanhã.

Alfredo Farinha faleceu esta madrugada, no Estoril, durante o sono.