É talvez o dado mais impressionante e que mostra como a imagem da Igreja Católica em Portugal sai manchada pela revelação dos abusos sexuais a crianças e adolescentes: a grande maioria dos portugueses (67%) tem “pouca” ou “nenhuma” confiança de que a instituição seja capaz de tomar medidas para impedir novos casos.
O valor desce quando a pergunta é feita apenas aos católicos. E desce muito quando se dirige aos “católicos praticantes regulares”, isto é, aos que assistem a serviços religiosos pelo menos uma vez por semana. Neste último subgrupo, há uma maioria expressiva, de 61%, que confia na Igreja para tomar medidas que cortem com o passado revelado no relatório da Comissão Independente para os Abusos Sexuais de Crianças na Igreja Católica, chamado “Dar voz ao silêncio”. Mas é um resultado em claro contraciclo com o total dos inquiridos.