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Preço dos quartos para estudantes sobe 33% em três anos e há quem desista de ir estudar para longe de casa

Contratos não renovados e despesas proibitivas estão a condicionar as escolhas dos jovens que querem estudar no ensino superior

Guilherme Freitas, aluno de mestrado na Universidade de Lisboa, soube em fevereiro que tinha de sair do quarto, onde pagava 300 euros, desde 2022. Agora só encontra alternativas a um mínimo de 400

Foi em fevereiro que Beatriz Costa e Guilherme Freitas, ambos a tirar o mestrado na Universidade de Lisboa, receberam a primeira carta a dizer que o contrato de arrendamento que tinham não ia ser renovado. Ainda tentaram negociar, dizendo que estavam dispostos a pagar mais, já que tinham a noção de que os 300 euros que cada um pagava pelo seu quarto estava abaixo do valor do mercado. “Primeiro, os administradores do prédio disseram que estavam dispostos a negociar, mas depois deixaram de estar”, conta Guilherme Freitas, que deixou o Brasil para vir estudar para Portugal. Desde 2022 que dividia casa com a amiga Beatriz Costa, natural de Tavira, e outros dois colegas. Em junho, veio a confirmação definitiva de que tinham até o fim de setembro para deixar a casa no Campo Pequeno. E iniciaram o calvário da procura por um sítio onde morar, na cidade ou próximo. “Está muito difícil. Só encontramos casas a no mínimo 400 euros por pessoa”, desabafam.