A Direção de Finanças do Porto entregou em julho ao Ministério Público todas as faturas emitidas entre a ABB — Alexandre Barbosa Borges (única construtora admitida em 2016 no concurso para a maior obra pública de Espinho) e o empreiteiro que construiu a moradia de seis pisos de Luís Montenegro naquela cidade, Rui Mota Oliveira. As faturas foram pedidas pelo DIAP do Porto no final de maio, duas semanas depois de Montenegro ser reeleito, e dizem respeito ao betão usado na casa do primeiro-ministro. Estão agora a ser analisadas no âmbito de um processo-crime, aberto em 2023, para investigar, entre outras coisas, os contornos da requalificação do canal ferroviário de Espinho — uma obra pública conhecida como Recafe, em que a sociedade de advogados de que o chefe do Governo foi fundador e sócio, a SP&M, interveio enquanto assessora jurídica da autarquia.
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Finanças entregam ao Ministério Público faturas do betão fornecido pela construtora ABB para a casa de Montenegro
Os dados foram pedidos já depois de o primeiro-ministro ter sido reeleito em maio e estão a ser analisados num Inquérito-crime que investiga, entre outras coisas, a adjudicação da maior obra pública de Espinho à ABB, quando o escritório de advogados do então líder parlamentar do PSD prestava assessoria jurídica para a câmara liderada por Joaquim Pinto Moreira