Um grupo de “ativistas solidários” com o Coletivo de Libertação da Palestina, o Climáximo e a Greve Climática Estudantil de Lisboa vandalizaram a fachada da Câmara Municipal de Lisboa.
As imagens, partilhadas na manhã desta sexta-feira nas redes sociais, mostram uma bandeira da palestina hasteada no local, assim como uma faixa a dizer “Palestina Livre”. A fachada da autarquia foi igualmente pintada com tinta vermelha, tendo a palavra “genocida” sido escrita duas vezes.
Segundo a publicação do Coletivo de Libertação da Palestina no Instagram, os ativistas “denunciam o apoio incondicional de Carlos Moedas a um projeto colonial que, há mais de 75 anos, tem por base a limpeza étnica do povo palestiniano”.
“As posições e ações do presidente da CML tornam-no e à autarquia cúmplices do genocídio que, há mais de dois meses, o regime israelita leva a cabo na Palestina”, acrescenta o grupo, lembrando que o balanço mais recente feito pelas autoridades palestinianas dá conta de que 20 mil palestinianos foram mortos e cerca de dois milhões foram forçados a deslocar-se desde 7 de outubro.
Por isso, defendem: “Não podemos consentir com instituições que celebram um regime de apartheid, apoiando este genocídio. Não estando sequer o mínimo garantido — o corte diplomático e de todas as relações económicas e políticas entre a CML e o regime sionista — hoje tornamos impossível ignorar o papel desta instituição na legitimação de apartheid e continuados crimes de guerra. Lutamos pelo fim da ocupação da Palestina e a autodeterminação do seu povo. Não assistiremos paradas ao genocídio.”
Os trabalhos de limpeza foram iniciados logo ao início da manhã. Numa nota de imprensa divulgada ao final da manhã, o presidente da Câmara Municipal de Lisboa já manifestou “profundo repúdio contra o atentado levado a cabo a um património classificado e único da nossa cidade e país”: “O que aconteceu esta madrugada na Casa da República e de todos nós é mais do que um ato selvagem e bárbaro. É a vandalização de princípios da democracia no seu estado mais puro. Esperamos que todos os grupos políticos representados no Executivo municipal possam publicamente acompanhar e condenar este crime contra a nossa cidade”.
O Coletivo de Libertação da Palestina, que está ativo nas redes sociais desde setembro, apresenta-se como “um coletivo de ativistas que lutam pela libertação da Palestina desde Portugal”. O grupo tem estado envolvido na organização e promoção de várias iniciativas, incluindo o cordão humano realizado em Lisboa no passado sábado.
Esta não foi a primeira ação do género realizada por ativistas “solidários” com o coletivo. Segundo as publicações do grupo nas redes sociais, no passado dia 13 de dezembro pintaram a fachada da loja da Zara na Rua de Santa Catarina, no Porto. Já a 23 de novembro dão conta da vandalização da fachada da Universidade Lusíada de Lisboa, onde foi pintada a frase "esta universidade apoia o zionismo genocídio" (sic) e "Free Palestine".
[notícia atualizada pela última vez às 12h03]