Sociedade

AIMA: já está escolhido o novo líder da agência que vai substituir o SEF

À frente dos Serviços Partilhados do Ministério da Saúde durante a covid-19 e um dos responsáveis pelo Programa Simplex, Luís Goes Pinheiro foi nomeado presidente do conselho diretivo da Agência para a Integração, Migrações e Asilo. Alta-comissária para as migrações também integra direção

D.R.

Luís Goes Pinheiro, presidente do Conselho de Administração dos Serviços Partilhados do Ministério da Saúde (SPMS), foi nomeado presidente do conselho diretivo da Agência para a Integração, Migrações e Asilo (AIMA). O anúncio foi feito esta segunda-feira pelo Ministério doa Assuntos Parlamentares em comunicado enviado às redações. A equipa fica ainda completa com mais quatro vogais: Sónia Alexandra Gaspar Pereira, ex-alta comissária para as migrações; José Moreira, ex-diretor adjunto nacional do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras e ex-inspetor do Tribunal de Contas; Nuno Fonseca, responsável pela Direção de Sistemas de Informação da SPMS; e ainda Ana de Oliveira Monteiro, adjunta no gabinete da ministra Adjunta e dos Assuntos Parlamentares (MAAP).

Os nomes dos cinco membros do conselho diretivo foram apresentados à Comissão de Recrutamento e Seleção para a Administração Pública, que se pronunciou favoravelmente, considerando que “ficam evidenciadas nas respetivas notas curriculares de cada um dos designados” a “idoneidade, competência técnica, aptidão e experiência profissional”.

O mandato do presidente da AIMA e dos cinco vogais tem uma duração de cinco anos.

Luís Goes Pinheiro preside o conselho de Administração dos Serviços Partilhados do Ministério da Saúde e foi ainda secretário de Estado Adjunto e da Modernização Administrativa, responsável pelo Programa Simplex, assim como secretário-geral adjunto da Administração Interna, com a pasta da administração eleitoral. Passou ainda pelos gabinetes da Presidência do Conselho de Ministros, Modernização Administrativa e Justiça.

A liderar o Alto-comissariado para as Migrações (ACM) há três anos, Sónia Pereira passa para a nova agência que, não só extinguiu o SEF, como também o próprio ACM. É o elemento do conselho diretivo agora nomeado mais ligado à área do asilo e integração: presidiu a Comissão para a Igualdade e Contra a Discriminação Racial, ao Conselho para as Migrações e o Conselho Consultivo para a Integração das Comunidades Ciganas, assim como coordenou o programa de assistência no âmbito do Programa de Reinstalação.

Por sua vez, José Moreira, que foi diretor nacional adjunto do SEF (entre 2018 e 2020). Deixou o cargo um mês antes do caso no aeroporto de Lisboa, onde morreu um cidadão ucraniano e que foi um dos principais argumentos para a remodelação do SEF. Antes, passou pelo Tribunal de Contas e foi membro suplente do Conselho de Administração da Agência Europeia da Guarda de Fronteiras e Costeira.

Já Nuno Fonseca vem dos SPMS com o Luís Goes Pinheiro, onde liderava os sistemas de Informação, estando envolvido numa série de trabalhos relacionados com tecnologias de informação no Ministério da Justiça, um dos quais o grupo de Gestão da PKI do Cartão de Cidadão e do Conselho Gestor do Sistema de Certificação Eletrónica do Estado.

Por fim, o último nome apresentado pelo Governo, é o de Ana de Oliveira Monteiro, até agora adjunta no gabinete de Ana Catarina Mendes, ministra dos Assuntos Parlamentares, e foi uma das responsáveis pelo processo legislativo relacionado com a criação da AIMA.

A nova agência vai substituir o SEF nas competências da política de acolhimento, assim como do Alto Comissariado para as Migrações (ACM). Ou seja, a parte policial não integra a nova agência, estando assim vocacionada para processos de imigrantes e requerentes do estatuto de refugiado, incluindo matérias como as autorizações de residência ou pedidos de asilo.

A reestruturação do SEF foi decidida pelo anterior Governo e aprovada na Assembleia da República em novembro de 2021, tendo já sido protelada por duas vezes. O processo foi novamente adiado em novembro desse ano, até maio de 2022, devido à pandemia de covid-19, por proposta do PS, e outra vez no final de abril de 2022.

Os sindicatos do SEF criticaram duramente esta medida do Governo desde a primeira hora. E acusam o executivo socialista de ter avançado com a extinção do SEF devido ao homicídio de Ihor Homeniuk às mãos de três inspetores daquela polícia em março de 2020, nas instalações do SEF no aeroporto de Lisboa.