A estação pública transmitiu um cartoon em formato de vídeo, no qual se vê um polícia a fazer tiro ao alvo e no final mostra os alvos, é aqui que o tema se torna polémico: é que entre os alvos há um homem negro e foi neste que os tiros foram descarregados, enquanto os alvos que representavam o homem branco não tinha sido alvejados.

O Sindicato Nacional da Nacional da Carreira de Chefes (SNCC) da PSP já avançou com uma queixa -crime junta da Procuradoria-Geral da República, ao Departamento de Investigação e Ação Penal de Lisboa, à Provedoria de Justiça e à Direção Nacional da PSP, por considerar que "há, inequivocamente, uma intenção de vilipendiar todos os polícias, retratando-os como xenófobos e racistas", referiu a Lusa.

Este domingo, o presidente do CDS, através das redes sociais vem questionar o silêncio do Ministério da Administração Interna (MAI) e o Ministério da Cultura. "Quando polícias que representam o Estado são difamados na RTP como racistas que descarregam armas em função da cor da pele, sem que o MAI venha a público defender-lhes a honra ou o ministro da Cultura assuma ou exija responsabilidades, o governo morreu".

Os deputados do PSD numa nota divulgada pela lusa questionaram este sábado o conselho de administração da RTP considerando que o 'cartoon' alusivo à polícia transmite um comportamento xenófobo, "atenta de forma evidente e infeliz contra a imagem e o bom nome" das instituições policiais".

O cartoon é da autoria de Cristina Sampaio, colaboradora do coletivo Spam Cartoon, que tem uma rubrica semanal na RTP. Chama-se “Carreira de tiro” e foi, segundo os deputados do PSD, transmitido no âmbito de um espaço publicitário difundido pela RTP durante a cobertura do festival de música NOS Alive. Tratando-se de um canal público, os deputados consideram a dita transmissão ainda mais grave.

Fonte oficial da RTP referiu que "o Spam Cartoon é um exercício de opinião livre sobre a atualidade nacional e internacional que a RTP acolhe desde 2017", sendo da autoria de "alguns dos mais reconhecidos cartoonistas portugueses", adiantando também que "em nenhuma circunstância serviu para instigar à violência contra quem quer que seja".

O canal de televisão público acrescenta: "Os valores da liberdade de expressão e de opinião são basilares da democracia e do serviço público da RTP".