Sociedade

Apanha ilegal da amêijoa: três suspeitos com apresentações periódicas e dois com cauções de 10 e 40 mil euros

D.R.

Três homens detidos quinta-feira na megaoperação da Polícia Marítima de combate a redes criminosas associadas à captura de bivalves no Tejo, ficam com a medida de coação de apresentações semanais, revelou hoje à Lusa fonte da Autoridade Marítima Nacional.

Segundo a mesma fonte, a um dos detidos foi aplicada uma caução de 40.000 euros, para além da apresentação semanal ao Órgão de Polícia Criminal (OPC) da área de residência e da proibição de contacto com arguidos e testemunhas do processo.

A outro arguido foi também aplicada uma caução de 10.000 euros, além da obrigação de apresentação semanal no OPC da área de residência e da proibição de contacto com arguidos e testemunhas.

O terceiro arguido no processo ficou apenas com a medida de coação de apresentação semanal no OPC da área de residência.

Os três homens suspeitos, que estavam indiciados pelo crime de "exploração" e que foram sexta-feira presentes ao tribunal do Barreiro, ficam ainda proibidos de se aproximarem da zona onde centenas de pessoas procedem habitualmente à apanha ilegal de bivalves no estuário do Tejo, nos concelhos de Alcochete e do Montijo, no distrito de Setúbal.

Na operação da Polícia Marítima, efetuada quinta-feira, foi também detido um homem de nacionalidade tailandesa, mas por posse de arma ilegal, pelo que foi notificado para ser ouvido no âmbito de um processo autónomo, no Departamento de Investigação e Ação Penal (DIAP) do Montijo.

A Polícia Marítima, no âmbito da operação desencadeada nos dos dois concelhos, de Alcochete e do Montijo, identificou também 249 imigrantes, a maioria de origem asiática, que estavam alojados em espaços sem condições mínimas de habitabilidade.

As Câmaras Municipais do Montijo e de Alcochete disponibilizaram, de imediato, dois centros de acolhimento temporário, no pavilhão gimnodesportivo do Samouco, em Alcochete, e no Pavilhão Desportivo dos Bombeiros Voluntários do Montijo, enquanto aguardam pela intervenção da Segurança Social para o encaminhamento dos imigrantes alojados em espaços sem condições.

Segundo a Autoridade Marítima Nacional, na operação estiveram envolvidos 161 agentes da Polícia Marítima, acompanhados por 22 inspetores do SEF, inspetores da Autoridade Tributária e cerca de uma centena de operacionais da PSP.

GR (GC/DD/SSM/MCL)// RBF

Lusa/Fim