A primavera começou na segunda-feira, o sol já espreita e, no domingo, o relógio avança uma hora, com a mudança para o horário de verão. Teremos menos uma hora de sono, mas os dias passam a ser mais longos.
Quando muda a hora?
À 1h da manhã de domingo, dia 26 de março. Em Portugal continental e na Madeira, o relógio avança para as 2h da manhã. Já nos Açores, a alteração ocorre quando for meia-noite, passando para a 1h.
Até quando se mantém este horário?
O horário de verão dura até dia 29 de outubro, indica o Jornal Oficial da União Europeia – que apresenta as datas de mudança até 2026. No último domingo de outubro regressa o horário de inverno, com o recuo de uma hora no relógio.
O regime da mudança da hora é regulado por uma diretiva europeia de 2000, que define que a entrada no horário de verão ocorre no último domingo de março e termina no último domingo de outubro.
A mudança é consensual?
Nem por isso. Em 2018, a Comissão Europeia publicou um estudo que indicava que 84% dos europeus – num total de 4,6 milhões de inquiridos – são a favor do fim das mudanças de horário duas vezes por ano.
Já em 2019, o Parlamento Europeu votou a favor do avanço da medida, a implementar a partir de 2021. No entanto, uma vez que a decisão também depende do Conselho, tal não chegou a acontecer – os governos não chegaram a acordo e não há previsão para o assunto ser retomado.
Qual a posição de Portugal?
Em 2018, um relatório do Observatório Astronómico de Lisboa defendia que “a melhor solução” para o país é a que “atualmente existe”. Ainda assim, sugeria que “poderia ser ainda melhor se a transição em outubro” fosse antecipada para “finais de setembro”.
Na altura, também o primeiro-ministro considerou que se deveria manter a hora de verão e a de inverno. “Não vejo razão para que se contrarie a ciência e se faça algo de forma discricionária”, afirmou António Costa.
O que dizem os especialistas?
A Associação Portuguesa do Sono defende a abolição da mudança de hora bianual e a permanência no horário de inverno. A organização aponta problemas associados à hora de verão, como a menor duração do sono e a maior frequência de acidentes de viação, além de, a longo prazo, existir uma “maior propensão” para doenças como diabetes, cancro ou obesidade.
Em outubro do ano passado, um grupo de especialistas de organizações internacionais – como a International Alliance for Natural Time, a European Biological Rhythms Society ou a European Medical Association – propôs o fim da mudança da hora na União Europeia e o alinhamento dos fusos horários dos diferentes países.
Os peritos já tinham assinado, em 2021, a Declaração de Barcelona sobre Políticas do Tempo, defendendo que as mudanças de hora “não têm efeitos significativos na poupança energética” e que a manutenção do mesmo horário “melhora a saúde, a economia, a segurança e o meio ambiente”.