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À geração mais qualificada faltam “oportunidades” e “qualidade” de emprego (quatro respostas sobre o desemprego e inatividade jovens)

Portugal conseguiu “avanços notáveis” nos níveis de escolaridade dos jovens, mas a nova geração enfrenta “sérias dificuldades” na entrada do mercado de trabalho e uma particular vulnerabilidade a momentos de crise. Na segunda parte desta série de artigos, olhamos para os números do desemprego e inatividade entre os jovens. Sabia que mais de 70% dos empregos perdidos entre 2019 e 2020 eram ocupados por jovens?

Witthaya Prasongsin

Com a diminuição do abandono escolar e a massificação do ensino secundário e superior, Portugal produziu nas últimas décadas a geração mais qualificada de sempre.

Alguns deram já entrada no mercado de trabalho, outros estão ainda a terminar os seus estudos. Mas há algo que contrasta com os promissores avanços alcançados na educação.

“Os jovens enfrentam dificuldades na transição para o mercado de trabalho, quer em termos de oportunidades de emprego, quer de qualidade do emprego”, vaticina o recém-publicado ‘Livro Branco “Mais e Melhores Empregos para os Jovens”’.

“A coexistência da sobre-qualificação, do desemprego e de défice de mão-de-obra é, de facto, o paradoxo da economia portuguesa, que importa reduzir”, defendem o Observatório do Emprego Jovem, Fundação José Neves e o escritório de Lisboa da Organização Internacional do Trabalho (autores deste documento). “É preciso evitar a todo o custo a possibilidade de uma geração perdida.”