O uso obrigatório de máscara em transportes públicos, lares e unidades de saúde continuará em vigor pelo menos até ao fim do mês de agosto, uma vez que o Conselho de Ministros prorrogou a situação de alerta no Continente, confirmou esta quinta-feira a ministra do Estado e da Presidência, Mariana Vieira da Silva.
Considerando que o conjunto de medidas em vigor é atualmente "muito reduzido" e que a "mais significativa" é o uso de máscara nos transportes públicos, o Governo consultou os especialistas em relação ao passo a dar em relação a essa medida. "A situação neste momento é controlada, com uma redução da mortalidade para valores que o ECDC considera adequados, mas o parecer dos peritos foi no sentido da manutenção das máscaras nos transportes públicos, mantendo-se em vigor as regras do mês anterior", afirmou. Em causa está a "proteção das populações mais vulneráveis que são utilizadores dos transportes públicos".
Em relação a setembro, Mariana Vieira da Silva lembrou que, com a chegada do outono e inverno, "é possível que tenhamos uma situação de agravamento da pandemia, que possa tornar necessário o recurso a medidas adicionais". Se se verificar uma intensificação dos indicadores, que exija novas restrições, a decisão será precedida por uma reunião no Infarmed.
Indicadores melhoram
Já na quarta-feira, o secretário Adjunto e da Saúde, António Lacerda Sales, dera o sinal de que ainda não era altura para aliviar estas restrições, apesar de o país já ter atingido os critérios propostos pelos peritos para avançar para um novo alívio de restrições.
Os peritos tinham defendido duas condições para avançar para uma nova fase: atingir a meta das 20 mortes por milhão de habitantes a 14 dias e ter menos de 170 camas ocupadas em unidades de cuidados intensivos, segundo o plano apresentado em fevereiro.
No passado sábado, registaram-se 20 óbitos por milhão de habitantes a 14 dias e desde então o número tem estado sempre abaixo desse limiar. A 26 de julho, registaram-se 18 mortes por milhão, segundo os dados divulgados diariamente pela Direção-Geral da Saúde (DGS). Desde 22 de julho que o número de mortes diárias tem sido inferior a 12. Nas unidades de cuidados intensivos estavam ocupadas 49 camas na semana passada, segundo o relatório de monitorização da epidemia, divulgado na sexta-feira.
Há três meses, a 21 de abril, quando o Conselho de Ministros decidiu pôr fim ao uso obrigatório de máscara em espaços fechados, incluindo nas escolas, a regra manteve-se apenas nos transportes públicos, lares e estabelecimentos de saúde.