É o mais recente alerta de saúde pública, agora para uma infeção há muito conhecida mas rara: a varíola do macaco, a versão animal da varíola humana, a única doença que o homem foi capaz de erradicar em todo o mundo. Os primeiros doentes com sintomas sugestivos foram detetados na terça-feira, num grupo de 18 homens jovens residentes na área de Lisboa, e 14 já têm o diagnóstico confirmado pelo INSA (entretanto a DGS confirmou mais nove casos, esta sexta-feira, colocando o total em 23). A equipa responsável pelo estudo do surto vai ter de recuar 21 dias, o período de incubação, na vida dos doentes para descobrir como tudo começou. A doença transmite-se pelo contacto com o animal, pessoa infetada ou materiais contaminados e, para já, sabe-se que as infeções aconteceram em contexto sexual entre homossexuais.
Os doentes não se conhecem todos, mas partilham uma ligação: uma sauna em Lisboa. O elo epidemiológico foi apontado pelo tipo de lesões ulcerativas que apresentavam nos genitais, reto, boca e face. Foram observados na dermatologia do Hospital dos Capuchos e na infecciologia do Curry Cabral, ambos em Lisboa, e prosseguem o tratamento, possível somente para aliviar sintomas — além das alterações na pele, gânglios palpáveis, febre, arrepios, dores de cabeça, dores musculares ou cansaço —, nas unidades mais próximas da residência. Segundo a Direção-Geral da Saúde (DGS), estão estáveis. “A infeção é habitualmente autolimitada em poucas semanas.” Por outras palavras, acaba por passar ao fim de alguns dias.
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