O clima de “medo, desconfiança e tensão” na Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa (FDUL) aumentou na última semana, a partir do momento em que começaram a circular entre professores e estudantes os áudios com a possível identificação dos alunos que deram testemunhos à RTP e à TVI sobre casos de assédio moral e sexual na instituição, diz ao Expresso Dejanira Vidal, presidente do Núcleo Feminista da FDUL, criado no início deste ano já com o intuito de abordar esta questão há muito falada nos corredores da escola.
“Os testemunhos foram dados com a voz distorcida e a cara tapada. E mesmo assim alguém ousou descobrir quem falou. A mensagem que querem passar é: independentemente do que possam fazer para manter o anonimato, nós vamos descobrir quem vocês são”, lamenta aquela estudante do 2.º ano de Direito. E se já era difícil para os alunos denunciar as situações, agora é muito mais: “Duvido que voltem a sentir-se seguros para falar.”