Perto de 16% dos alunos (mais de 300, em número absoluto) que responderam a um inquérito enviado pelo Conselho Pedagógico do Instituto Superior Técnico (IST) reportaram ter sofrido assédio moral, enquanto 5% (quase 100) indicaram ter sido alvo de assédio sexual. De acordo com a revista “Sábado”, responderam ao inquérito 20% dos estudantes, de todos os níveis de ensino: 1987 respostas completas num universo de quase 11 mil alunos.
O inquérito avaliou, também, a saúde mental dos estudantes e mais de 300 estavam no nível mais alto de risco (aquele que leva a Ordem dos Psicólogos a remeter para o serviço de aconselhamento psicológico da linha SNS24). No curso de Engenharia Física esse valor aproxima-se dos 25%.
Para além dos estudantes e professores recorrerem a expressões como o “ADN Técnico” ou a “cultura do Técnico” para justificar a dificuldade de terminar o curso na universidade, há uma estudante de Engenharia Mecânica, ouvida sob anonimato, que refere sofrer machismo por parte dos professores. “Ouvimos muitas vezes coisas como ‘este curso não é para mulheres’, ‘eu podia explicar-lhe, mas não ia perceber’ ou ‘para si eu explico mais devagar’”.