Ao longo da História, têm sido várias as batalhas das mulheres na luta pela emancipação, com alguns progressos assinaláveis. Se antes se encontravam em desvantagem no ensino e no mercado de trabalho, hoje estão em número igual ou maior nas escolas e nas empresas, reduzindo assim muitos dos fatores causadores da desigualdade salarial. Exceto um: a maternidade. E aqui as licenças de parentalidade são incontornáveis.
Historicamente desenhadas para a mulher, pela sua condição biológica, mas também com base no “estereótipo do papel da mãe, naturalmente cuidadora, com instinto maternal”, reconhece Mafalda Leitão, socióloga do Instituto de Ciências Sociais da Universidade de Lisboa (ICS-ULisboa), estas licenças de maternidade eram o reflexo da desigualdade que grassava na sociedade.