Sociedade

População portuguesa com imunidade de 86,4% contra a covid-19, aponta estudo do Instituto Ricardo Jorge

Nível de anticorpos na população é mais baixo nas regiões do Algarve e Açores, segundo estudo serológico do Instituto Nacional de Saúde Dr. Ricardo Jorge (INSA)

TIAGO PETINGA/LUSA

A prevalência de anticorpos contra o SARS-CoV-2 na população residente em Portugal era de 86,4%, entre os meses de setembro e novembro, segundo os dados da terceira fase do Inquérito Serológico Nacional covid-19, promovido pelo Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge (INSA).

As regiões do Algarve (80,2%) e Açores (84%) foram aquelas em que se observou uma taxa mais baixa. Pelo contrário, a população da região Norte é a que tem uma imunidade mais elevada (88,4%).

Em causa estão pessoas que desenvolveram imunidade, na sua esmagadora maioria através da vacinação (89% da população tem o esquema vacinal completo) ou, num pequeno número, que não tenham sido vacinadas mas que tenham tido a infeção.

Em relação às caraterísticas da população, segundo o INSA, destaca-se um maior nível de anticorpos nas pessoas entre os 50 e os 59 anos (96,5%), "nos indivíduos com ensino superior (96%) e nos indivíduos com duas ou mais doenças crónicas (90,8%)".

Já os grupos etários abaixo dos 20 anos foram aqueles em que se observaram taxas mais baixas (17,9% entre 1-9 anos e 76,8% entre os 10-19 anos). Esta diferença também é explicada pelo facto de estes grupos etários não estarem todos abrangidos pelo Programa Nacional de Vacinação contra a covid-19 ou só terem sido mais recentemente.

Segundo o INSA, os níveis de anticorpos "foram mais elevados nas pessoas com três doses de vacina e naquelas que foram vacinadas e tiveram uma infeção por SARS-CoV-2, tendo sido os valores mais baixos estimados para o grupo de pessoas com uma dose única de vacina e sem infeção".

O estudo analisou uma amostra de 4545 pessoas residentes em Portugal, recrutadas entre 28 de setembro e 19 de novembro de 2021. Esta foi a terceira fase do estudo serológico coordenado pelo INSA.

(texto atualizado às 16h43)