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Pandora Papers. Os casos Cofina e Observador: também há donos de jornais na lista de offshores

O patrão da CMTV e vários acionistas do “Observador” criaram companhias em paraísos fiscais

Além do grupo Cofina, Paulo Fernandes tem investimentos noutras indústrias que não os media
CLARA AZEVEDO

Entre os portugueses que aparecem nos Pandora Papers, o projeto do Consórcio Internacional de Jornalistas de Investigação (ICIJ) de que o Expresso é parceiro, estão os donos de dois dos principais títulos de media em Portugal: “Correio da Manhã” e “Observador”. Paulo Fernandes, patrão do grupo Cofina — de que fazem parte não só o “Correio da Manhã” e a CMTV, mas também a revista “Sábado”, o “Jornal de Negócios” e o “Record” —, foi identificado na fuga de informação de 11,9 milhões de ficheiros que está na base dos Pandora Papers como o beneficiário efetivo de uma companhia offshore incorporada nas Ilhas Virgens Britânicas em 2005, a Hallowell Holding S.A.

O registo foi feito pela sociedade de advogados Alemán, Cordero, Galindo & Lee (Alcogal), no Panamá, a pedido de uma empresa de serviços fiduciários na Suíça, a AMN Consultants S.A., de que Paulo Fernandes era cliente. Em dezembro de 2005 os administradores de fachada da Hallowell Holding S.A. assinaram a documentação para esta offshore poder abrir uma conta no banco Morgan Stanley em Genebra.