O Sindicato Independente dos Médicos (SIM) e a Federação Nacional dos Médicos (FNM) marcaram greve para os dias 22, 23 e 24 de novembro. Reverter esta medida de protesto, sublinharam ambas as organizações sindicais, “está nas mãos do Governo”.
A greve tem “como objetivo fundamental exigir o financiamento do Serviço Nacional de Saúde”, defendeu Jorge Roque da Cunha, secretário-geral do SIM, à saída de uma reunião em Coimbra, esta quarta-feira, que contou também com a presença da FNM. “Hoje é evidente em todo o país que os médicos, apesar de todos os esforços que têm feito - e estamos a falar de médicos que deram oito milhões de horas extraordinárias ao Serviço Nacional de Saúde -, não conseguem aguentar mais.”
Já Noel Carrilho, presidente da FNM, notou que os problemas no SNS “já estão identificados desde a época pré-pandémica” e as soluções apresentadas pelos sindicatos “já têm anos” - “esta é que é a grande infelicidade”, disse aos jornalistas presentes no local, aqui citado pela RTP. “Começaríamos por adequar as condições de trabalho àquilo que é sua responsabilidade e o seu desgaste.”
A decisão surge depois de nos últimos dias terem sido anunciadas a demissão do diretor clínico do Centro Hospitalar de Setúbal e de mais 86 médicos, assim como o encerramento das urgências do Hospital de Leira por falta de pessoal.
De acordo com o secretário regional do centro do regional do Sindicato Independente dos Médicos, o panorama de Leiria é o mesmo de outras unidades hospitalares, como Setúbal, Amadora-Sintra, Almada, Guarda ou Castelo Branco. “Neste momento, mais de um terço das vagas que são colocadas a concurso não são preenchidas ou porque os novos especialistas preferem ser contratados pelas instituições privadas de saúde ou porque preferem emigrar, ir para outros países da União Europeia, onde irão ganhar muitíssimo mais”, referiu.
Também esta quarta-feira, a Frente Comum de Sindicatos da Administração Pública convocou greve para 12 de novembro, considerando que o OE 2022 não responde aos problemas do sector nem às reivindicações dos trabalhadores.