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“Deixámos de poder estar em casa a recuperar de uma doença porque podemos trabalhar remotamente”: como a pandemia mudou o presentismo

O presentismo ー trabalhar mesmo quando se está doente ー mudou de forma com a pandemia. Se antes ter um problema de saúde permitia à pessoa não ir para o trabalho e ficar em casa a repousar, agora há a possibilidade de se trabalhar remotamente mesmo estando doente. Em algumas situações, o trabalho à distância teve um impacto negativo na saúde mental das pessoas e, neste caso, “podemos pressupor que existem razões para haver maior presentismo dos teletrabalhadores”. Os peritos ouvidos pelo Expresso explicam como a pandemia afetou esta prática que é inimiga da produtividade ー e como é que se pode acabar com ela

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Se já foi trabalhar quando estava doente já foi presentista. Talvez tenha sido por medo de perder o emprego, de não ser promovido, ou de parecer fraco aos olhos da chefia, porque faltar ao trabalho é normalmente visto como algo negativo. Mas quando uma pessoa vai para o trabalho doente ー pressupondo qualquer doença, incluindo as mentais ー a produtividade é afetada. Por definição, o presentismo implica “irmos trabalhar quando estamos doentes e essa doença inibe-nos de manter os mesmos níveis de produtividade”, começa por explicar Aristides Ferreira, diretor do mestrado em Gestão de Recursos Humanos e Consultoria Organizacional no ISCTE – Instituto Universitário de Lisboa.