Nem as nossas casas estavam preparadas para a pandemia. Ora porque se revelaram demasiado pequenas, ora porque, tendo um tamanho até razoável, tinham divisões minúsculas onde mal cabia uma cama, quanto mais uma secretária para estudar ou trabalhar. Bom era ter um escritório, para as tarefas importantes mas também para descontrair, ler um livro, ouvir música ou simplesmente gozar o tédio em privado, que vale sempre a pena. Também não seria nada mal pensado ter um terraço para apanhar sol, já que não posso sair à rua, ou pelo menos uma varanda onde dê para enfiar uma cadeira.
Preocupações como estas ocuparam a cabeça das pessoas, ou de uma parte delas, durante os períodos de confinamento a que a pandemia obrigou. É pelo menos isso que mostram os vários inquéritos e estudos que foram realizados ao longo do último ano e meio, bem como as histórias e experiências pessoais partilhadas nos meios de comunicação social. Apercebemo-nos ainda mais de que as casas que temos não nos servem e houve quem tratasse de resolver logo isso, fazendo pequenas ou grandes alterações consoante o dinheiro no banco. Mas há uma dúvida: poderá haver, de facto, uma mudança nas habitações ou elas vão continuar a ser construídas e escolhidas mais ou menos como eram até aqui?