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A chegada dos insetos ao prato

Sejam inteiros, crocantes e temperados, incorporados em barras e bolachas ou integrados em farinha, não tardam a chegar a Portugal os primeiros insetos para alimentação humana. E não tardam sobretudo porque já cá estão. Da infância de Vasco nasceu “o bichinho” para a primeira fábrica de insetos autorizada. De um trabalho da faculdade de Guilherme surgiu “a receita” para a primeira barra proteica portuguesa

RUI DUARTE SILVA

Abre-se uma arca e o ar quente, pesado e húmido conjuga-se com um odor intenso. Dezenas de caixas atreladas umas às outras, ao alto, de um lado e do outro, escondem, no escuro, centenas de larvas prontas para integrarem a alimentação humana. Até ao início desta semana, eram insetos norteados apenas para consumo animal, mas uma nova diretiva da Direção-Geral de Alimentação e Veterinária permitiu que pudessem ter agora como fim o estômago de pessoas.

A par do que já vem a acontecer noutros países da Europa, um período transitório permitirá entre portas o consumo e venda de seis espécies de insetos - dois gafanhotos, dois tipos de grilos, um besouro e uma larva -, para além da larva-da-farinha (tenébrio molitor), que no início do ano tinha merecido ser o primeiro inseto com aprovação da União Europeia e que há muitos mais anos já tinha merecido a atenção de Vasco Macedo.