Nove da manhã de “um belo dia de chuva”. Raquel Afonso acompanha o enfermeiro Marco e a médica Daniela na carrinha elétrica do hospital ambulante. Material arrumado na parte de trás, GPS a calcular a rota. São cerca de vinte minutos até Sandim. “Hoje começamos pelo Sérgio”, dita Daniela Mendes.
O homem de 43 anos está internado na própria casa, de perna esquerda engessada por conta de um pé diabético que lhe atrapalhou o começo do ano. Ainda passou uma semana no internamento clássico. Depois disso, recebeu uma proposta que implicava continuar internado mas também implicava ir para casa. Já completou três de cinco semanas de internamento em casa. “Precisa de fazer um antibiótico, Não tínhamos maneira de o ter em casa se não fosse o HD”.
As maiúsculas significam 'Hospitalização Domiciliária'. Daniela Mendes conhece a designação demasiado bem para a tratar por extenso. Faz parte da equipa fundadora, no norte do país, deste modelo de internamento, surgido no Hospital de Vila Nova de Gaia/Espinho há três anos, depois do pioneiro Hospital Garcia de Orta, em Almada.