No espaço de comentário político que ocupa na SIC, Marques Mendes defendeu uma eventual alteração à lei que permita tratar como crime os abusos que permitem passar à frente dos grupos prioritários na toma da vacina contra a covid-19.
O comentador político admitiu que são poucos os casos já conhecidos em Portugal, mas lembrou que o abuso é um “abalo na confiança dos cidadãos nas instituições”. “O abuso nas vacinações devia ser crime. Se a lei não o define como tal, o Governo devia mudar a lei. Isto é um crime de desobediência ao contrário”, defendeu o comentador.
Marques Mendes considerou ainda que houve exagero no que toca à vacinação de titulares de cargos políticos – o que se refletiu numa passagem de “8 para o 80”. “Uma coisa é uma exceção para 20 ou 30 pessoas. Outra é exagerar com centenas ou um milhar. É um erro tremendo do Governo quando os idosos e muitos profissionais de saúde ainda não foram vacinados”, disse.
O comentador criticou severamente as decisões tomadas pelo Governo, que terão levado a algum relaxamento nas medidas de prevenção e distanciamento social que foram aplicadas pela população durante o Natal. Marques Mendes não teve mesmo dúvidas em classificar a inexistência de medidas como uma “irresponsabilidade” face ao que já se sabia sobre a chegada da estirpe britânica da covid-19 e os números que agora colocam Portugal no pior lugar do ranking de contágios e mortalidade causada pelo vírus.
“Enquanto a Alemanha apertava a malha, Portugal facilitou. Era o disparate de "salvar o Natal". Hoje, todos os especialistas reconhecem que os dias 25, 26, 27, 28 e 29 de Dezembro foram fatais. Foi o descontrolo total. A Alemanha, essa, aguentou”, referiu o comentador.