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Covid. “A vacina surgiu mais depressa mas não se tomaram atalhos”: responsável do Infarmed explica como se conseguiu ganhar tempo

Fátima Ventura, diretora da Unidade de Avaliação Científica no Infarmed, explica ao Expresso como novas técnicas científicas e novos procedimentos de verificação se juntaram para produzir aquilo que para muita gente parece um milagre: vacinas conseguidas em tempos recorde. A especialista conta como é que os investigadores e os reguladores conseguiram ganhar tempo em cada uma das fases

Vacina para a covid-19, a esperança de 7800 milhões de pessoas em todo o mundo
JOEL SAGET / AFP / Getty Images

Vacinas contra a covid-19 já começaram a ser administradas em vários países, e estão quase a chegar a Portugal, menos um de um ano após o início da pandemia. A relativa rapidez do seu aparecimento, comparada com os prazos longos associados a outras vacinas do passado, geram desconfiança em muita gente. Para obter um tratamento contra a doença, não se terão seguido atalhos perigosos? A vacina será eficaz? Não terá efeitos secundários perigosos?

Para responder a estas perguntas, é importante compreender o que esta vacina tem de novo, em relação a outras que nos habituámos a tomar desde a infância. O Expresso falou com Fátima Ventura, farmacêutica, diretora da Unidade de Avaliação Científica no Infarmed, e ela própria avaliadora. Ventura é ainda membro suplente de Portugal do Comité de Medicamentos de Uso Humano (CHMP), a última instância da UE que vai dar opinião sobre as vacinas na UE antes da Comissão Europeia.